Rui Rocha considera que Montenegro “dispara da realidade” na saúde, habitação e economia
O líder da IL considerou hoje que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, “às vezes dispara da realidade” e “vê um país que não é o real”, em particular na saúde, habitação e, mais recentemente, no crescimento económico.

Em declarações aos jornalistas durante uma visita à feira semanal de Viseu, Rui Rocha foi questionado sobre, no debate televisivo deste domingo, Luís Montenegro ter recusado a ideia de que a economia portuguesa esteja a desacelerar, apesar de ter havido uma contração no primeiro trimestre.
“O Luís Montenegro às vezes dispara da realidade e vê um país que não é o país real”, respondeu Rui Rocha, frisando que isso já se verificou, por exemplo, nas afirmações que o primeiro-ministro fez sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que considerou estar melhor, quando, na ótica do líder da IL, “está pior”.
“Nas questões da habitação, Luís Montenegro diz que as medidas tomadas foram as medidas certas. Nós temos alertado que são as medidas que têm de ser complementadas com medidas do lado da oferta e, portanto, não está melhor o acesso à habitação em Portugal, está pior”, disse.
No que se refere à economia, Rui Rocha disse que há sinais preocupantes e referiu que, desde o início, avisou Luís Montenegro que, “com a falta de ambição das medidas da AD, a economia não ia crescer aquilo que a AD prometia”.
“Aí está a confirmação disso. Portanto, é mesmo momento de dizer que temos de mudar políticas, temos de ser mais ambiciosos também na economia, na saúde, na habitação, porque, senão, os portugueses continuarão a ficar pior, apesar de Luís Montenegro dizer que o país, neste ponto, naquele e naqueloutro, está melhor”, disse.
Para o líder da IL, “a legislatura que acabou foi uma oportunidade perdida do ponto de vista de fazer as mudanças necessárias”, frisando que os próprios comerciantes com que contactou na feira de Viseu queixaram-se que “o negócio está fraco e apontam como razão para isso o facto de as pessoas terem pouco dinheiro no bolso”.
“Estes são os sinais que nós temos de interpretar e são os sinais que nos farão, em qualquer cenário, sermos absolutamente intransigentes no sentido das reformas de que o país precisa. É essa a nossa posição: um partido responsável e um partido reformista com ambição para mudar Portugal”, disse.
Novamente interrogado se a IL admite uma coligação pós-eleitoral com a AD, Rui Rocha respondeu: “Já disse que faremos uma coligação no dia 18 à noite, no dia 19 de manhã, com os portugueses, com os interesses dos portugueses, com a necessidade de termos um país que muda”.
Sobre se já teve alguma conversa com Luís Montenegro sobre esta matéria, Rui Rocha garantiu que não e, se está sensível a acolher essa possível expectativa dos eleitores, disse que saberá “interpretar a vontade dos portugueses e o que é necessário para o país”.
TA // PC
By Impala News / Lusa
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