Portuguesa Catarina Miranda e moçambicano Idio Chichava finalistas do prémio Salavisa

A portuguesa Catarina Miranda e o moçambicano Idio Chichava estão entre os cinco finalistas da edição inaugural do prémio europeu de dança Salavisa, anunciou hoje a Fundação Calouste Gulbenkian.

Portuguesa Catarina Miranda e moçambicano Idio Chichava finalistas do prémio Salavisa

A par dos dois artistas lusófonos estão a marroquina Bouchra Ouizguen, a franco-argelina Dalila Belaza e a anglo-ruandesa Dorothée Munyaneza, revelou a fundação sediada em Lisboa, em comunicado.

Um júri constituído pelos especialistas Mette Ingvartsen, Nayse López e Tang Fu Kuen vai agora analisar a obra dos cinco artistas finalistas e escolher o vencedor, que vai receber o prémio de 150 mil euros e “apresentará depois o seu trabalho nos palcos das instituições culturais parceiras”.

De acordo com as biografias resumidas disponibilizadas pela Gulbenkian, Catarina Miranda é licenciada em Coreografia pelo Instituto Internacional de Coreografia/Centro de Montpellier e em Artes Visuais pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto, e tem criado várias peças caracterizadas pela construção de topografias ficcionais.

Já Idio Chichava “começou a dançar num grupo de dança tradicional moçambicana em 2000, mergulhou na dança contemporânea no ano seguinte e colabora desde 2005 com a Kubilai Khan Investigations, em França”, tendo fundado em 2012 a companhia Converge+, “centrada em performances que juntam o canto e a dança”.

Em novembro do ano passado, a Fundação Calouste Gulbenkian lançou o Salavisa European Dance Award (SEDA), no valor de 150 mil euros, para homenagear o bailarino e coreógrafo Jorge Salavisa (1939-2020) e distinguir o talento de artistas de dança em todo o mundo.

Resultado de uma parceria da Gulbenkian com seis instituições culturais europeias, o galardão será atribuído de dois em dois anos a bailarinos ou coreógrafos de qualquer parte do mundo, “que demonstrem ter talento ou qualidades especiais que merecem extravasar as suas fronteiras nacionais”, segundo o comunicado da Gulbenkian sobre o prémio.

Acompanham a Fundação Gulbenkian na constituição do prémio seis instituições, com papel ativo na nomeação dos candidatos e na apresentação pública dos seus trabalhos: ImPulsTanz, Viena (Áustria), K.V.S., Bruxelas (Bélgica), Dansehallerne, Copenhaga (Dinamarca), Maison de la Danse/Biennale de la Danse, Lyon (França), Joint Adventures, Munique (Alemanha), e Sadler’s Wells, Londres (Reino Unido).

Será também parceira do prémio a fundação de Kees Eijrond, antigo diretor-geral da Companhia Rosas da coreógrafa Anne Teresa de Keersmaeker, “grande amigo de Jorge Salavisa e impulsionador” do SEDA, que se fixou em Lisboa.

Nascido em 1939, Jorge Salavisa iniciou os estudos de dança com Anna Mascolo, tendo prosseguido a sua formação e carreira em Paris e Londres. Trabalhou com grandes nomes do bailado mundial, como Rudolf Nureyev e Margot Fonteyn.

Antes de regressar a Portugal, em 1977, a convite da Gulbenkian, Jorge Salavisa trabalhou com o Grand Ballet du Marquis de Cuevas, o Ballet National Populaire, o Ballet de Paris e o London Festival Ballet, companhia onde foi o primeiro estrangeiro.

Além de diretor artístico do Ballet Gulbenkian, Salavisa foi ainda professor em várias cidades dos Estados Unidos, na Escola de Dança do Conservatório Nacional e professor fundador do P.A.R.T.S. (Performing Arts Research and Training Studios), na Bélgica.

Considerado um dos mais influentes programadores culturais do país, foi responsável pela área de dança de Lisboa’94 — Capital Europeia da Cultura, diretor da Companhia Nacional de Bailado (CNB), diretor do Teatro Municipal de São Luiz, em Lisboa, e presidente do conselho de administração do Opart – Organismo de Produção Artística, que tutela o Teatro Nacional de S. Carlos e a CNB.

TDI (AG) // JNM

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS