PCP quer mais atenção aos verdadeiros problemas das pessoas

O secretário-geral do PCP acusou hoje o Governo socialista de querer desmantelar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e pediu atenção para os verdadeiros problemas das pessoas, em vez de perder tempo com questões de menor importância.

PCP quer mais atenção aos verdadeiros problemas das pessoas

Paulo Raimundo falava aos jornalistas durante a marcha de hoje pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), entre o Campo Pequeno e o Saldanha, em Lisboa, onde aproveitou para chamar a atenção para as várias centenas de pessoas presentes nesta “grande ação de defesa do SNS”.

Interpelado por uma pessoa que se queixou de não ter medico de família, o líder do PCP chamou a atenção para os 1,7 milhões de portugueses que continuam sem médico de família e destacou que, esse sim, é um problema que interessa aos portugueses e ao país.

“O acesso à saúde, o problema da fixação dos profissionais de saúde, a valorização do Serviço Nacional de Saúde, garantir que todas as pessoas têm acesso a cuidados médicos, a isso é que é necessário e urgente dar resposta”, disse.

Sobre o alegado aumento do investimento ao nível da despesa do pessoal do SNS, Paulo Raimundo disse que “este foi o ano em que mais dinheiro público se transferiu para as entidades do negócio da doença”.

Segundo o líder do PCP, “cerca de 40% do total do orçamento do Estado da saúde [foi]transferido diretamente para o negócio da doença”, ou seja, para “todas as instituições que fazem da doença um negócio”.

“Precisamos de aplicar esses bens públicos na garantia de condições do SNS. O que estas pessoas estão aqui a exigir é acesso à saúde e quem tem de dar resposta a este problema é o SNS, que tem todas as condições para dar”, mas que “precisa de mais profissionais, profissionais valorizados, melhores condições. Que o dinheiro transferido para o privado, seja transferido para o público, que é onde faz falta”, disse.

E acrescentou: “O SNS não consegue dar resposta, porque é lapidado todos os dias”.

As queixas dos manifestantes são, na opinião de Paulo Raimundo, as que merecem a atenção e a resposta do Governo e não outros assuntos que têm sido mediatizados.

Questionado sobre se estava a referir-se ao caso Galamba, Paulo Raimundo admitiu que esse é um caso que tem ocupado demasiado espaço mediático, enquanto os verdadeiros problemas não se resolvem.

“O caso tem importância, mas já chega. Esclareça-se o que se tem de esclarecer, se houver mentiras, que se esclareça, mas o problema das pessoas não é esse, são 1,6 milhões de pessoas sem médico de família, dificuldades de acesso a médico de família, profissionais desrespeitados e desvalorizados a sair do SNS, esses é que são os problemas das pessoas, que as pessoas vivem todos os dias”.

Para o PCP, “o pior momento do SNS é o que está para vir, se não se tomarem medidas hoje: Reforço das verbas, reforço do investimento, valorização dos profissionais e garantia do acesso à saúde da população portuguesa”

“Vamos continuar a apoiar estas ações e o Governo não pode ficar indiferente ao que se está a passar hoje”, garantiu.

SV (SMM)//CFF

By Impala News / Lusa

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