Ordem dos Médicos lamenta ainda não ter tido respostas sobre baixas dos polícias

A Ordem dos Médicos (OM) lamentou hoje ainda não ter recebido respostas do Ministério da Administração Interna (MAI) e da direção nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) sobre as baixas passadas aos polícias.

Ordem dos Médicos lamenta ainda não ter tido respostas sobre baixas dos polícias

“Tenho de lamentar que, até ao dia de hoje — em que já passaram quase duas semanas –, a OM não teve nenhuma resposta, nem sequer a dizer que tinham recebido o nosso ofício”, disse o bastonário da OM, Carlos Cortes, à margem de uma visita ao Hospital de Faro.

O bastonário recordou ter enviado um ofício ao MAI e à direção nacional da PSP um dia depois de, em 03 de fevereiro, o jogo Famalicão-Sporting, da I Liga portuguesa de futebol, ter sido adiado por falta de policiamento.

Segundo a PSP, “antes do início do policiamento ao evento, um número não habitual de polícias informaram que se encontravam doentes, comunicando baixa médica”.

A situação também se repetiu em duas partidas da II Liga no mesmo fim de semana.

“Para a OM ter uma intervenção adequada, em relação ao problema, nós temos de ter aqui factos. E a verdade é que, até ao dia de hoje, não há nenhum facto que tenha sido reportado à OM”, disse hoje Carlos Cortes aos jornalistas.

O bastonário da Ordem dos Médicos criticou ainda a suspeita “absolutamente inadmissível” que se gerou imediatamente sobre os médicos que passaram os atestados, exigindo “alguma ponderação” e sublinhando que quer “trabalhar sobre factos concretos”.

“Em primeiro lugar, [é preciso] sabermos exatamente o que aconteceu e, a partir desse momento, atuarmos e termos uma intervenção. A OM poderá ter uma intervenção, se for caso disso. Mas, para isso, o MAI e a direção nacional da PSP têm de informar cabalmente a OM daquilo que aconteceu”, vincou.

A Ordem, prosseguiu o bastonário, “não tem o poder para ir aos consultórios e saber o que aconteceu, a não ser que as autoridades nos remetam essa informação”.

Questionado sobre se a situação descredibiliza a classe, Carlos Cortes reforçou que “neste momento não há nenhum facto”, não é conhecido “que tipo de baixas foram dadas, se é que foram dadas baixas”, ou “que tipo de motivo levou a que as forças policiais não estivessem presentes no momento da sua atividade”.

“Quando a OM souber, irá intervir em conformidade e aí podemos não especular, como estamos a fazer neste momento, mas podemos opinar, podemos fazer um julgamento em consciência perante factos, que nós, até ao dia de hoje, lamentavelmente ainda não temos”, acrescentou.

Carlos Cortes solidarizou-se com a luta dos polícias “no sentido de defenderem — e bem — melhores condições de trabalho”.

Os elementos da PSP e da GNR têm protagonizado vários protestos para exigir um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária, tendo a contestação começado há mais de um mês.

A maioria dos protestos tem sido convocada através de redes sociais, nomeadamente ‘WhatsApp’ e ‘Telegram’, tendo surgido o movimento inorgânico ‘movimento inop’ que não tem intervenção dos sindicatos, apesar de existir uma plataforma criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança.

Nos últimos dias, vários polícias da PSP e militares da GNR apresentaram baixas, o que levou ao cancelamento de jogos da I e II liga de futebol, apesar de a plataforma não assumir que sejam uma forma de protesto, tendo o ministro da Administração Interna determinado a abertura de um inquérito urgente à Inspeção Geral da Administração Interna sobre estas súbitas baixas.

 

EYP (CMP) // FPA

By Impala News / Lusa

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