Mulher do ucraniano morto no aeroporto reconheceu corpo por foto

O cidadão ucraniano foi encontrado morto numa sala do Centro de Instalação Temporária do aeroporto de Lisboa foi espancado durante 20 minutos

Mulher do ucraniano morto no aeroporto reconheceu corpo por foto

Ihor Homenyuk morreu em Portugal, no aeroporto de Lisboa. Três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras suspeitos da morte do cidadão ucraniano.

A 29 de março a mulher, Oksana Homenyuk, recebeu da agência funerária Servilusa uma foto do corpo do marido, que tinha já então sido cremado, revela ao DN.

A mulher revela o diário que tinham combinado com ela enviar o corpo, mas que mais tarde lhe disseram ser impossível por causa do Covid-19. Nos documentos que lhe enviaram, não consta a causa da morte do marido. Na foto enviada pela Servilusa, o corpo está dentro de um caixão, envolto num saco branco. Na cara, vêm-se várias marcas negras de sangue pisado.

“Disseram que ia ser muito difícil enviar por causa do coronavírus e que eu tinha de dar autorização para cremar senão podia nunca receber o corpo. Então dei autorização”, conta ao DN.

Dada a autorização, o corpo foi cremado a 27 de março, passavam já 15 dias da morte de Ihor. Ninguém foi autorizado a ver o cadáver. Nem ela, nem um familiar que têm em Portugal, nem ninguém da embaixada.

Filhos não sabem que o pai morreu após agressão

 

“Ainda não disse a verdade aos meus filhos, que o pai morreu por ter sido agredido. Disse-lhe que era invenção dos jornalistas, para não os magoar mais. Já é tão difícil para eles assim. Nem querem acreditar que nunca mais vão poder dizer a palavra pai”, revelou a mulher.

De acordo com o relatório preliminar da autópsia, efetuada a 14 de março, o corpo apresentaria vários sinais de violência, levando o médico-legista a notificar a Polícia Judiciária de que suspeitava de crime.

De acordo com o mandado de detenção, Ihor Homenyuk foi espancado durante 20 minutos, com recurso a murros, pontapés e um bastão.

“Ainda não lhes disse a verdade, que ele morreu por ter sido agredido. Eles ainda acham que foi doença. Ela [a filha, de 13 anos] viu umas coisas no Facebook, porque os jornais daqui falaram do assunto, e veio perguntar-me o que se passava. Disse-lhe que era invenção dos jornalistas, para não os magoar mais. Já é tão difícil para eles assim. Nem querem acreditar que nunca mais vão poder dizer a palavra pai”, disse ao jornal.

Os três agentes – Duarte Laja, Bruno Sousa e Luís Silva – foram detidos, colocados em prisão domiciliária.

 

 

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Texto: Marta Amorim

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