Marrocos oferece medicamentos oncológicos a Cabo Verde orçados em 317 mil euros

O Reino de Marrocos ofereceu hoje medicamentos oncológicos a Cabo Verde, orçados em cerca de 35 milhões de escudos (317 mil euros), que vão melhorar tratamentos e reduzir as transferências de doentes para o exterior.

Marrocos oferece medicamentos oncológicos a Cabo Verde orçados em 317 mil euros

Os produtos farmacêuticos foram entregues, na Praia, à ministra da Saúde cabo-verdiana, Filomena Gonçalves, por Adil Khlifi, conselheiro e representante da Embaixada de Marrocos em Dacar, que considerou que se trata de um “momento especial” na cooperação entre os dois países.

“A importância simbólica de oferecer os medicamentos ajusta-se a atos semelhantes recíprocos conduzidos pelos nossos dois países no passado”, referiu o representante marroquino, esperando que o gesto permita iniciar uma “nova etapa” da cooperação bilateral.

A ideia, completou Adil Khlifi, é os dois países reunirem esforços para “alcançar a segurança e a soberania sanitária na região e em todo o continente”.

A ministra da Saúde cabo-verdiana, Filomena Gonçalves, disse que se trata de uma “quantidade considerável” de medicamentos oncológicos, orçados em cerca de 35 milhões de escudos (317 mil euros), que começaram a ser usados recentemente e que são ainda “muito disputados” no mercado” internacional.

“São medicamentos que vão proporcionar mais qualidade de vida para os doentes oncológicos, que estarão também a devolver mais esperança de vida”, previu a governante, lembrando que a oferta ocorreu no âmbito do acordo assinado na 2.ª Comissão Mista entre os dois países, realizada em maio último.

Filomena Gonçalves acrescentou que a oferta dos produtos farmacêuticos vai permitir ao país reduzir as transferências de doentes oncológicos para o exterior, nomeadamente para Portugal, onde, segundo dados oficiais, foram realizadas 109 em 2019 e 82 em 2020.

Sublinhando que, além dos custos económicos, as transferências têm os seus custos sociais, a ministra referiu que o objetivo é permitir que os doentes estejam no seu ambiente familiar e social, o que contribui para uma “melhor e mais rápida” recuperação.

Por isso, considerou que o valor vai “impactar de uma forma muito forte” no pacote do Governo para a aquisição de medicamentos, que são distribuídos gratuitamente no país, no qual existe um único centro oncológico, na cidade da Praia.

Em Cabo Verde, são diagnosticados uma média de 600 novos casos por ano e morrem cerca de 360 pessoas de cancro, representando 60/100.000 habitantes, com as doenças oncológicas a constituírem a terceira causa de morte no país (11%).

A ministra da Saúde mostrou-se preocupada com o facto de o país ter um “número preocupante” de pacientes que são detetados com a doença já num estado muito avançado, apelando a todos para apostar na prevenção, com rastreios, exames de rotina, educação, sensibilização e hábitos saudáveis de vida.

RIPE // MLL

By Impala News / Lusa

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