IPMA confirma dois tornados em Lisboa e Silves na semana passada

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) confirmou hoje dois tornados na quinta-feira, sobre o rio Tejo, em Lisboa, e no concelho de Silves, com danos confirmados no sul do país.

IPMA confirma dois tornados em Lisboa e Silves na semana passada

O IPMA explicou hoje, em comunicado, que o bordo sul da depressão Nelson, com ondulações frontais associadas, afetou no dia 28 de março o território do continente.

O evento no Barlavento algarvio foi reportado no final da tarde de 28 de março em Benaciate, freguesia de S. Bartolomeu de Messines, concelho de Silves, numa ocorrência que o IPMA associou a um tornado depois de analisadas “observações com radar, documentação e relatos”.

“Este tornado destruiu duas casas pré-fabricadas, danificou outras habitações e causou a queda de árvores de grande porte que danificaram viaturas, a queda de postes de telecomunicações e de energia. Ignora-se a extensão e largura do trajeto de destruição deste fenómeno”, detalhou o instituto em comunicado.

O IPMA referiu que a “análise preliminar dos efeitos da destruição reportada no local, aponta para que o fenómeno tenha alcançado uma intensidade de, pelo menos, F1/T2 (escala clássica de Fujita/escala de Torro)”, destacando que os valores são ainda provisórios.

Antes, ao início da tarde de dia 28 de março, foi observado sobre o rio Tejo um vórtice de tornado.

“Pela análise dos elementos disponíveis até ao momento, o tornado ter-se á iniciado sobre a água do estuário, provavelmente já a este da Ponte Vasco da Gama, no período compreendido entre as 14:21 e as 14:24”, acrescentou.

O IPMA apontou ainda que não são conhecidos efeitos de destruição associados ao tornado, o que impede o instituto de “estimar a sua intensidade”.

“Nas regiões do centro e do sul, à passagem de uma ondulação frontal de noroeste para sueste, encontravam-se reunidos os ingredientes necessários à formação de nuvens com desenvolvimento vertical, por vezes com natureza de supercélula (SC). Estas perturbações são caracterizadas pela presença de um mesociclone (MC), que corresponde a um movimento de rotação na nuvem, organizado, mas que se estabelece apenas em altitude”, referiu o IPMA.

“Só em condições muito particulares é possível a formação de um tornado, a partir do referido mesociclone. Tornado implica, por definição, a presença de um vórtice em contacto com a superfície”, frisou ainda.

Fonte da Proteção Civil tinha adiantado à Lusa, na semana passada, a ocorrência de dois fenómenos extremos de vento, na sequência na passagem da tempestade Nelson por Portugal continental, lembrando que cabia ao IPMA a classificação ou não como tornados.

DMC // NS

By Impala News / Lusa

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