Governo admite melhorar modelo de cogestão das áreas protegidas

O secretário de Estado da Conservação da Natureza e das Florestas, João Paulo Catarino, admitiu hoje a necessidade de melhorar o modelo de cogestão das áreas protegidas.

Governo admite melhorar modelo de cogestão das áreas protegidas

“O que nos tem chegado de parte de algumas das comissões de cogestão onde existem, essencialmente vários municípios, (…) é que devíamos ter algum responsável a quem a comissão de cogestão pudesse delegar algumas das responsabilidades para que o processo de decisão fosse mais ágil”, afirmou aos jornalistas João Paulo Catarino.

O governante falava após a sessão de assinatura do protocolo de cogestão com o Fundo Ambiental, Associação de Desenvolvimento das Serras de Aire e Candeeiros (ADSAICA) e Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC), no Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios, no concelho de Ourém, o 22.º e último acordo neste âmbito.

O PNSAC, com quase 38.400 hectares, abrange parte significativa do maciço calcário estremenho, a segunda maior reserva estratégica de água subterrânea de Portugal, depois da Península de Setúbal.

Esta área protegida, criada em 1979, abrange os concelhos de Alcobaça e Porto de Mós (distrito de Leiria), e Alcanena, Ourém, Rio Maior, Santarém e Torres Novas (Santarém).

Segundo João Paulo Catarino, “há outros pormenores” que vão ser melhorados “em função da aplicação do modelo, agora, na certeza, porém, de que o caminho é este, que é aproximar os eleitos locais das decisões que são tomadas nestas áreas protegidas”.

“Não retirando rigorosamente nenhuma competência ao ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas] em matéria de fiscalização e da responsabilidade de garantir que os valores naturais e os valores que levaram à classificação destas áreas protegidas se mantêm, há todo um resto, como a melhoria das condições de visitação, a promoção do parque em termos nacionais ou internacionais, as interações com as comunidades locais” e até a forma de se melhorar “os planos de ordenamento, para que eles se ajustem melhor às necessidades das pessoas que vivem” nestes territórios, adiantou o secretário de Estado.

Para João Paulo Catarino, há “um manancial de oportunidades de melhoria, na certeza de que o caminho é este”.

O diretor regional de Conservação da Natureza e das Florestas de Lisboa e Vale do Tejo, Rui Pombo, explicou que o protocolo hoje assinado “é a formalização de um processo de adesão por parte dos municípios ao modelo de cogestão das áreas protegidas”.

“Este modelo o que pretende é a dinamização da visitação na área protegida, a requalificação do modelo de visitação e a promoção da área protegida. São os grandes objetivos”, referiu, acrescentando que este protocolo tem um pacote financeiro associado (70 mil euros) que se prende com o financiamento de um técnico dinamizador de todo o processo, contratação da responsabilidade da ADSAICA.

Rui Pombo esclareceu que o técnico vai fazer, “além da interligação entre o ICNF e os municípios, a promoção de um modelo de gestão que vai ter um plano de ação com um modelo de investimento a quatro anos”.

“O modelo de cogestão é um modelo participativo de gestão e, portanto, o que as autarquias vão assumir é um papel mais ativo naquilo que é o modelo de promoção, divulgação, desenvolvimento da área protegida”, afirmou Rui Pombo.

O presidente da Câmara de Alcanena, Rui Anastácio, que preside à comissão de cogestão, salientou a importância de “devolver a comunidade local a forte identidade que é o PNSAC”.

Rui Anastácio salientou que este território tem “um manancial incrível”, notando a necessidade de valorizar e comunicar o “produto Aire e Candeeiros”.

“O nosso grande desafio é conseguirmos ‘vender’ o território”, apontou.

SR // SSS

By Impala News / Lusa

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