Exposição prolongada ao ruído causa 41.000 novas doenças cardíacas por ano na UE

A exposição prolongada ao ruído causa anualmente 41.000 novos casos de doenças cardíacas e 11.000 mortes prematuras na Europa, estima a Agência Europeia do Ambiente num documento hoje publicado.

Exposição prolongada ao ruído causa 41.000 novas doenças cardíacas por ano na UE

Exposição prolongada ao ruído causa 41.000 novas doenças cardíacas por ano na UE

A exposição prolongada ao ruído causa anualmente 41.000 novos casos de doenças cardíacas e 11.000 mortes prematuras na Europa, estima a Agência Europeia do Ambiente num documento hoje publicado.

Devido ao ruído provocado pelos transportes, diz o organismo, há pelo menos 18 milhões de europeus extremamente irritados e cinco milhões com grandes distúrbios de sono.

Os dados fazem parte de um conjunto de documentos hoje publicados pela AEA, relacionados com o ambiente e a saúde na União Europeia, com o título genérico “AEA Sinais 2023 — Saúde e Ambiente na Europa” (EEA Signals 2023 — Health and environment in Europe).

No documento sobre o ruído, a Agência lembra que este está mais presente do que nunca na vida das pessoas e que uma exposição prolongada, além de incómoda, provoca problemas físicos e mentais, especialmente para quem vive nas cidades.

O ruído dos transportes é “um problema particularmente grave na Europa”, afetando a saúde e o bem-estar de uma em cada cinco pessoas, e esse ruído, a longo prazo, pode provocar doenças isquémicas do coração, obesidade ou diabetes.

Em termos gerais cerca de 20% da população europeia está exposta a ruído prolongado, que prejudica a saúde, diz a AEA, que alerta que os números de pessoas afetadas podem estar subestimados, já que as informações fornecidas pelos Estados membros não abrangem todas as zonas urbanas, estradas, caminhos -de-ferro e aeroportos, nem todas as fontes de ruído.

A UE pretende reduzir em 30% o número de pessoas cronicamente perturbadas pelo ruído dos transportes até 2030 (comparando com 2017), o que equivale a reduzir em 5,3 milhões o número de pessoas altamente incomodadas pelo ruído.

A publicação “EEA Signals 2023” inclui documentos sobre as relações saúde e qualidade do ar, água, alterações climáticas e produtos químicos.

A Agência, ainda que salientando as evoluções positivas, alerta que a poluição atmosférica é o maior risco para a saúde ambiental a nível mundial e na Europa. Só na Europa é responsável por cerca de 300.000 mortes evitáveis todos os anos.

Quase todos os habitantes das cidades europeias estão expostos a poluição por partículas finas acima do nível de referência da Organização Mundial de Saúde. Nota a AEA que nos últimos 10 a 15 anos o número de mortes devido à poluição por partículas finas diminuiu quase para metade.

Na água, refere-se nos documentos, há novas provas de que os micro-poluentes, os microplásticos e a resistências antimicrobiana afetam a qualidade da água.

A exploração excessiva da água “pode afetar negativamente a saúde humana”, sendo de preocupar contaminantes como bactérias, vírus, metais ou pesticidas.

Nas águas subterrâneas, que fornecem cerca de 65% da água potável na UE, foi detetada poluição química em cerca de um quarto dessas águas, e 10% têm um nível insustentável de captação. Entre 04 a 11% de águas analisadas tinham níveis excessivos de um ou mais pesticidas.

E alguns produtos químicos usados nos pesticidas poderão causar doenças como diabetes, cancro e doenças neurodegenerativas, alerta-se nos documentos, que citam um estudo segundo o qual 84% de pessoas testadas em milhares de voluntários tinham pelo menos dois pesticidas diferentes no sangue.

Mais de 90% dos participantes tinham bisfenol A no organismo e mais de 60% tinham substitutos desse composto sintético, diz a AEA, acrescentando que mais de 17% das crianças e adolescentes da UE correm o risco de serem expostos a ftalatos, outra substância química utilizada, como o bisfenol, nos plásticos.

” A Europa continua a produzir e a consumir grandes quantidades de produtos químicos, alguns dos quais podem prejudicar o ambiente ou a saúde das pessoas”, alerta a Agência.

E a saúde das pessoas é também afetada pelas ondas de calor, secas, incêndios e inundações, causas das alterações climáticas, diz ainda a AEA, segundo a qual as ondas de calor são a maior ameaça direta para a saúde da população europeia relacionada com o clima.

Estima-se que as ondas de calor tenham causado cerca de 90% das mortes por fenómenos extremos relacionados com o tempo e o clima na Europa, nas últimas quatro décadas.

FP // ZO

By Impala News / Lusa

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