Endiama usa ferramenta tecnológica criada em Angola para acompanhar atividade mineira

A Endiama, diamantífera angolana, vai utilizar a TECH-Minas, uma ferramenta inédita criada em Angola, para monitorizar a atividade mineira e o “alarmante” problema do garimpo, disse hoje o presidente do conselho de administração da empresa.

Endiama usa ferramenta tecnológica criada em Angola para acompanhar atividade mineira

José Ganga Júnior referiu que, com a TECH-Minas, fica facilitado o acompanhamento e monitorização da atividade mineira, dos níveis de desempenho, bem como do problema da segurança das áreas.

“O garimpo, que é alarmante, problemático mesmo, os problemas ambientais, os desastres ecológicos (…), nós podemos ver a partir do nosso gabinete, praticamente em tempo real, o que é que está a acontecer, se as nossas áreas estão a ser invadidas, por quem, como, e sermos mais assertivos nas nossas decisões”, disse.

Segundo o PCA da Endiama, o garimpo tem de ser combatido “e esta é uma ferramenta que permite, mesmo sentado no gabinete, ver onde há garimpo, qual é a incidência e sermos mais incisivos no seu combate”.

O responsável salientou que a ferramenta, criada pelo Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN), órgão do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, com apoio de parceiros locais, como a Endiama, e instituições internacionais, “vai permitir crescer, fazer mais, melhor, com menos custo”.

Em declarações à imprensa, José Ganga Júnior sublinhou que a Endiama vai continuar a usar avionetas e helicópteros na sua atividade geofísica aérea, sendo a TECH-Minas apenas uma atividade complementar, que melhora a eficácia do trabalho.

“Nós, no início da atividade mineira, na fase de investigação, devemos primeiro utilizar informação que é cedida pelos satélites, para dar a estrutura tectónica dos locais onde pretendemos trabalhar, depois disso, ato subsequente, vão os aviões para fazer o levantamento aerogeofísico, a seguir vão as pessoas para o campo, com a geofísica terrestre”, acrescentou, realçando ainda a redução do custo.

O PCA da Endiama avançou que algumas empresas subcontratam esse tipo de serviços no exterior, por exemplo a Rússia, regozijando-se com a facilidade de a partir de agora o fazer localmente e na moeda nacional.

“Além de podermos pagar em kwanzas, temos disponibilidade mais imediata, mas de qualquer forma cada caso é um caso, em função da dimensão da tarefa, etc., é que nós podemos ter proposta comerciais, mas não tenho dúvidas que sairá muito mais barato e com economia de cambiais também”, observou.

A Endiama já está a utilizar a ferramenta nos projetos de Samacanda, uma área de prospeção cem por cento da Endiama, e de Luaximo, igualmente área de prospeção, que brevemente entra em operações.

“São atividades que estamos a fazer no sentido de metermos a Endiama também como operadora mineira”, disse.

O setor conta atualmente com 16 empresas já em fase de produção e cerca de 40 projetos em prospeção, disse José Ganga Júnior, considerando o número ainda insignificativo tendo em conta o potencial que Angola possui.

A diretora-adjunta para a área técnica e científica do GGPEN, Vangiliya Pereira, disse que o TECH-Minas usa inteligência artificial, como o ChatGPT, para permitir melhorar a experiência dos utilizadores no uso de ferramentas web de Sistema de Informação Geográfico (WebGIS).

Sobre a ferramenta hoje apresentada publicamente, Vangiliya Pereira destacou que qualquer empresa do setor diamantífero pode usufruir e que já está disponível.

NME // VM

By Impala News / Lusa

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