Crise de custo de vida é o maior risco a curto prazo, segundo um estudo

A crise do custo de vida é o maior risco a curto prazo, tendo os conflitos e confrontos geoeconómicos desencadeado um conjunto de riscos globais interligados, revela hoje um estudo do Fórum Económico Mundial.

Crise de custo de vida é o maior risco a curto prazo, segundo um estudo

O relatório global risks 2023, realizado pela Marsh McLennan e o Zurich Insurance Group para o Fórum Económico Mundial, aponta a crise do custo de vida como o maior risco a dois anos, seguido pelas “catástrofes naturais e eventos climáticos extremos”. “Atualmente, a pandemia e a guerra na Europa trouxeram de volta crises energéticas, inflacionistas, alimentares e de segurança. Estas crises criam riscos subsequentes que irão dominar os próximos dois anos: risco de recessão; crescente sobre-endividamento; crise do custo de vida; sociedades polarizadas devido à desinformação e à má-informação; um hiato na rápida ação climática; e uma guerra geoeconómica de tudo ou nada”, antecipa o estudo.

Leia depois
Seis pessoas esfaqueadas em estação de comboios de Paris, atacante alvejado
Seis pessoas foram esfaqueadas hoje por um homem, que foi imediatamente dominado pela polícia, numa estação de comboios em Paris, segundo um novo balanço da polícia e procuradoria francesas (… continue a ler aqui)

Entre os riscos a curto prazo incluem-se ainda o confronto geoeconómico, a “falha na mitigação das alterações climáticas” e a “erosão da coesão social e polarização da sociedade”. De acordo com o relatório, “conflitos e confrontos geoeconómicos desencadearam um conjunto de riscos globais profundamente interligados”, recordando as crises de abastecimento de energia e de alimentos, que, refere, “deverão persistir nos próximos dois anos”, bem como “fortes aumentos do custo de vida e do serviço da dívida”. “Simultaneamente, estas crises arriscam-se a minar os esforços para enfrentar os riscos a longo prazo, nomeadamente os relacionados com as alterações climáticas, a biodiversidade e o investimento em capital humano”, alerta.

“Conflitos e confrontos geoeconómicos desencadearam um conjunto de riscos globais profundamente interligados”

A longo prazo, os maiores riscos antecipados são a “falha na mitigação das alterações climáticas” e o “fracasso na adaptação às alterações climáticas”, seguidos por “catástrofes naturais e eventos climáticos extremos”, “perda de biodiversidade e colapso dos ecossistemas” e “migração involuntária em larga escala”. Neste sentido, defende que “a janela de ação sobre as ameaças mais graves a longo prazo está a fechar-se rápida e concertadamente, sendo necessária uma ação coletiva antes que os riscos atinjam um ponto de rutura”. “A menos que o mundo comece a cooperar mais eficazmente na mitigação e adaptação das alterações climáticas, nos próximos 10 anos assistiremos ao aquecimento global contínuo e à degradação ambiental”, sublinha.

Por outro lado, considera também que “as lideranças orientadas para crises e os confrontos geopolíticos correm o risco de criar uma agitação social a um nível sem precedentes, à medida que os investimentos em saúde, educação e desenvolvimento económico desaparecem, corroendo ainda mais a coesão social”, enquanto as “rivalidades crescentes” podem aumentar a “remilitarização, principalmente através de novas tecnologias e de agentes desonestos”. O estudo tem por base as opiniões de mais de 1.200 especialistas globais em riscos, decisores políticos e líderes empresariais.

Impala Instagram


RELACIONADOS