Conceituado psicólogo dá parecer usado em tribunal sem avaliar criança
Eduardo Sá, um dos mais conceituados psicólogos em Portugal, dá pareceres em tribunal sem ouvir todas as partes envolvidas. Num dos casos sujeitou uma criança de 7 anos à violência física do pai.

Eduardo Sá, conceituado psicólogo, faz pareceres usados em tribunal sem consultar todas as partes envolvidas e sem nunca ter sequer conhecido a criança sobre a qual o tribunal terá de decidir sobre a sua vida, escreve o Correio da Manhã. Este jornal dá conta de que há crianças que sofreram e que terminaram institucionalizadas, sem nunca sequer terem sido alvo de uma avaliação.
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A história de Miguel, de 7 anos, que durante quase um ano esteve a viver em duas cidades e a frequentar escolas diferentes, que distavam perto de 300 quilómetros. O psicólogo fez um parecer a pedido do progenitor, limitando-se a ouvir o pai do menor em duas entrevistas e os seus advogados. “O Miguel nunca foi ouvido, inclusivamente havia um processo a decorrer por violência doméstica e um outro na CPCJ contra o pai, acusado de agredir a criança, e o Eduardo Sá nunca teve a preocupação de saber se o meu filho era uma criança em perigo”, diz a mãe do jovem.
Menor chorava sempre que campainha tocava
O período em que viveu entre Lisboa e Viseu deixou marcas. “Se tivesse de escolher uma imagem que retratasse o sofrimento do Miguel, foi ver o meu filho a esconder-se debaixo da cama e a chorar compulsivamente, sempre que tocava a campainha”, conta Isabel. No parecer, Eduardo Sá considera serem supérfluas as avaliações psicológicas de ambos os pais e da própria criança, justificando que “compromete quaisquer avaliações psicológicas futuras que, essas sim, se justifiquem e porque inquina a confiança que uma criança pudesse vir a depositar num psicoterapeuta”.
Rui Carvalho, pedopsiquiatra que acompanhou e avaliou a menor e que também fez um parecer a pedido da progenitora, mostrou-se chocado quando constatou que Eduardo Sá nunca tinha visto o menor e que, mesmo assim, tinha sugerido que a guarda da criança fosse confiada exclusivamente ao pai, sem nunca ter tentado ouvir a versão da mãe. Num dos relatórios, a menor queixa-se e abuso físico por parte do pai e pede ao psicólogo que o acompanha para o salvar.
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