Cinco mortos em resultado de “boatos” sobre cólera em Moçambique

Cinco pessoas morreram na sequência de uma onda de desinformação sobre a cólera em Moçambique, disse o comandante-geral da polícia moçambicana, Bernardino Rafael.

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As vítimas são maioritariamente líderes locais e técnicos de saúde, mortos por populares sob alegações de estarem a levar casos de cólera às comunidades, explicou Bernardino Rafael, durante um comício em Chiure, na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, realizado na quarta-feira.

“Pedimos à população para não acatar esta mensagens e denunciar as pessoas que propagam desinformação em relação à cólera”, declarou o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM).

Os casos estão a ser registados sobretudo nos distritos de Chiure, Montepuez e Namuno, na província Cabo Delgado, onde as autoridades registaram metade dos 26 casos de violência registados no país devido a desinformação.

O fenómeno também está a ser registado em alguns pontos recônditos dos distritos das províncias da Nampula, no norte de Moçambique, e Zambézia, no centro, avançou.

Pelo menos 16 pessoas foram detidas, entre maio e novembro, na província de Sofala, no centro de Moçambique, por passarem informações erróneas sobre a cólera, anunciou o ministro do Interior, Pascoal Ronda, referindo que a mentira sobre a doença tem resultado em linchamentos e destruição.

Os boatos sobre a origem da doença “atentam contra a integridade física daqueles que se predispõem a ajudar na solução desta problemática, além de causarem danos em infraestruturas públicas e privadas, tais como postos de saúde, postos policiais e residências comunitárias”, declarou, em novembro, o ministro do Interior moçambicano.

A cólera é uma doença, tratável, que provoca fortes diarreias e que pode provocar a morte por desidratação se não for prontamente combatida.

A doença é causada, em grande parte, pela ingestão de alimentos e água contaminados por falta de redes de saneamento.

Em maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que o mundo terá um défice de vacinas contra a cólera até 2025 e que mil milhões de pessoas de 43 países podem ser infetadas com a doença, apontando, já em outubro, Moçambique como um dos países de maior risco.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, situação que agrava a resistência de infraestruturas e serviços que permitam evitar a doença.

EAC // SB

By Impala News / Lusa

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