Cabo Verde investiu mais de 22ME em evacuações médicas em três anos

Cabo Verde investiu mais de 2,5 mil milhões de escudos (22,6 milhões de euros) com evacuações médicas em três anos, tendo sido transferidos quase 12 mil doentes, avançou hoje o presidente do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).

Cabo Verde investiu mais de 22ME em evacuações médicas em três anos

Ao intervir na abertura de um fórum sobre “Evacuações Médicas”, realizado na cidade da Praia, Mário Fernandes revelou que em 2020 foram investidos 780 milhões de escudos (7 milhões de euros), que aumentaram para 790 milhões no ano seguinte (7,1 milhões de euros) e para 931 milhões de escudos (8,4 milhões de euros) no ano passado.

“As evacuações médicas ao longo dos anos têm registado custos avultados e crescentes, principalmente nas despesas de deslocação e estadia dos evacuados”, salientou o dirigente, numa cerimónia enquadrada nas celebrações do Dia Nacional da Segurança Social, assinalado em 15 de julho.

Nos últimos três anos, foram transferidos, a nível nacional e internacional, um total de 11.686 doentes, sendo 2.873 em 2020, que aumentaram para 3.908 em 2021 e para 4.905 no ano passado.

“Consideramos que estes números podem ser controlados e até reduzidos com o engajamento de todos os intervenientes no processo de evacuação”, entendeu Mário Fernandes, para quem o circuito das evacuações, apesar dos ganhos registados, pode ser melhorado.

“Todavia, esse propósito não poderá ser garantido e alcançado sem que seja sejam analisados os dados associados para que, onde e quanto for necessário, sejam atempadamente introduzidas medidas no sentido de utilização dos recursos públicos”, prosseguiu, apontando o investimento nas estruturas de saúde e na capacitação dos profissionais como duas formas para melhorar a eficácia e diminuir os custos.

Atualmente, as evacuações sanitárias em Cabo Verde envolvem a deslocação de doentes de uma ilha para outra, ou para Portugal, quando todas as possibilidades de tratamento a nível nacional se esgotam, revelou ainda o presidente.

Na sua intervenção, a ministra da Saúde, Filomena Gonçalves, congratulou-se com os “avanços alcançados” até ao presente pelo sistema de Segurança Social em Cabo Verde, considerando que o fórum é uma oportunidade para se abordar temas cruciais.

“A evacuação médica é, sem dúvida, um desses temas de extrema relevância”, salientou a ministra, entendendo que muitas vezes a questão da evacuação médica tem sido tratada no país de forma “muito superficial, sem os cuidados e conhecimentos necessários”.

“Diante de um assunto tão relevante e a responsabilidade de todos encararem esta temática com visão abrangente e responsável, deixando de lado sensacionalismos e reducionismos, é fundamental compreender a evacuação médica, seja interna ou externa”, pediu.

Filomena Gonçalves lembrou que se trata de um assunto que envolve aspetos legais, clínicos, assistenciais, médicos e sociais, além de questões diplomáticas e de segurança sanitária.

“É um processo complexo que vai além do transporte em aviões civis e do apoio socioeconómico, embora estes últimos também sejam determinantes nesta equação”, prosseguiu a membro do Governo.

Em maio, a Lusa noticiou que o custo com as evacuações médicas só para Portugal suportadas pela segurança social cabo-verdiana aumentaram mais de 14% em 2022, face ao ano anterior, para 5,2 milhões de euros.

Cabo Verde pretende reduzir as necessidades de evacuações médicas para Portugal com a construção de um hospital nacional, na capital, obra orçada em 65 milhões de euros e que o Governo estima iniciar este ano.

RIPE // JH

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS