Cabo Verde defende “investimento maior” em políticas de ensino e aprendizagem do português

Cabo Verde considerou hoje que o grande desafio da língua portuguesa é transformá-la num fator facilitador de negócios e de criação de riqueza e defendeu um “investimento maior” em políticas públicas de ensino e aprendizagem.

Cabo Verde defende

Numa mensagem alusiva ao Dia Mundial da Língua Portuguesa, que hoje se assinala, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional cabo-verdiano, Rui Figueiredo Soares, começou por dizer que a ocasião constitui uma oportunidade para sensibilizar a comunidade internacional para a história, a cultura e a utilização da língua em cada Estado-membro da comunidade lusófona.

Para o governante, o português ainda não se afirmou como língua de negócios, nem como língua científica, sendo sempre necessário recorrer a bibliografia traduzida, no mundo académico.

“O desafio não poderia ser maior: o de transformar a língua comum num fator facilitador de negócios, criação de riqueza, investimento em pesquisa e inovação, partilha de conhecimento e aplicar todo este potencial em políticas públicas conjuntas que promovam a melhoria de condições de vida dos cidadãos da Comunidade de Língua Portuguesa, que almejam, sempre, por um patamar de desenvolvimento mais elevado”, lê-se na mensagem.

Segundo Rui Figueiredo Soares, se a língua tem valor cultural, estratégico, económico e geopolítico, é preciso um “investimento maior” em políticas públicas de ensino e sua aprendizagem.

“Seja como língua primeira ou segunda, para que os cidadãos da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] não encontrem barreiras que possam dificultar a sua integração em qualquer território da Comunidade da Língua Portuguesa e, num campo muito mais vasto, que é o das tecnologias de informação e comunicação, determinantes num mundo que vive cada vez mais online”, prosseguiu.

O ministro disse que a contribuição do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP, organismo da CPLP), com sede na Cidade da Praia, “pode e deve ser determinante” na implementação de programas e projetos que concorram para a massificação do uso da língua na CPLP e a sua internacionalização, como fator promotor de paz, inclusão e desenvolvimento.

“O português será uma língua mais forte e dinâmica se for cada vez mais falada e valorizada, tendo sempre em conta a diversidade e a riqueza que a caracterizam, assim como os possíveis diálogos que pode estabelecer com outras línguas e culturas”, sustentou.

A data de 5 de maio foi oficialmente estabelecida em 2009, pela CPLP para celebrar a língua portuguesa e as culturas lusófonas. Em 2019, a 40.ª Sessão da Conferência Geral da UNESCO decidiu proclamar o dia 5 de maio de cada ano como “Dia Mundial da Língua Portuguesa”.

Este ano, a comemoração realiza-se sob o lema “Realidades, Desafios e Oportunidades no Espaço da Língua Portuguesa: Literacia, Ciência, Cultura e Economia”.

RIPE // JH

By Impala News / Lusa

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