Biblioteca Nacional dedica mostra a investigadora e poeta Maria de Lourdes Belchior

A Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, inaugura na quarta-feira uma mostra documental dedicada a Maria de Lourdes Belchior, que evidencia o seu “prestígio intelectual”, enquanto docente e investigadora, editora literária, poeta e interveniente política.

Biblioteca Nacional dedica mostra a investigadora e poeta Maria de Lourdes Belchior

“Maria de Lourdes Belchior, 1923-1998” é o tema da exposição, que vai estar patente na Sala de Referência entre os dias 20 de dezembro e 30 de março de 2024, segundo informação da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP).

Maria de Lourdes Belchior fez carreira universitária na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, desde estudante até catedrática de Filologia Românica, com apenas um interregno de um ano, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Em Lisboa, foi regente dos cursos de literatura portuguesa e espanhola, orientou teses e diversos trabalhos, enquanto se dedicava, simultaneamente, à história da literatura e à investigação literária, patente em “obras de vulto”, como “Frei António das Chagas” (1953, dissertação de doutoramento), “Itinerário poético de Rodrigues Lobo” (1959, dissertação ao concurso para professor extraordinário), “Os homens e os livros: séculos XVI e XVII” (1971, antologia de textos da autora) e em inúmeros trabalhos divulgados em publicações periódicas ou obras coletivas.

Segundo a BNP, esta mostra “evidencia o prestígio intelectual” de Maria de Lourdes Belchior, convidada várias vezes a ministrar seminários em universidades estrangeiras, de que são exemplo a Universidade de Paris III — Sorbonne (em 1976, 1978 e 1989) ou a Universidade de Santa Bárbara, na Califórnia (em 1978).

A exposição “Maria de Lourdes Belchior, 1923-1998” dá também a conhecer alguns dos trabalhos que revelam o conhecimento da homenageada e a sua curiosidade intelectual, acrescenta a biblioteca, numa nota informativa publicada na sua página da Internet.

Especialista em Renascimento, em Barroco e em literatura mística e ascética, Maria de Lourdes Belchior interessou-se também pela literatura dos séculos XIX e XX.

Na década de 1980, revelou-se também poeta, com “Gramática do mundo” (1985) e “Cancioneiro para nossa senhora: poemas para uma via-sacra” (1988).

A professora e investigadora assumiu ainda funções de responsabilidade político-cultural, como conselheira cultural na embaixada portuguesa no Brasil (1963-1966), bem como vice-presidente (1970-1971) e presidente (1972-1974) do Instituto de Alta Cultura.

A seguir ao 25 de Abril de 1974, foi secretária de Estado da Cultura nos três primeiros governos provisórios, tendo também dirigido o Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, entre 1989 e meados de 1990.

AL // TDI

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS