BE alerta para “ataque ambiental, social e imobiliário” em benefício de grupos económicos na Madeira

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, classificou hoje os projetos imobiliários previstos para a praia Formosa, no Funchal, como um “ataque ambiental, social e imobiliário”, feito com apoio das autoridades regionais, em “benefício dos grandes grupos económicos”.

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“É em nome dos lucros desses grupos que se vão mudando as regras urbanas, as regras da gestão do território, que se vão atropelando regras ambientais para acumulação de lucros imobiliários em prejuízo da população”, disse.

A líder bloquista visitou hoje a praia Formosa, na zona oeste do Funchal, onde serão edificados dois projetos imobiliários de luxo, num total de cerca de 600 apartamentos, tendo a Câmara Municipal do Funchal (PSD/CDS-PP) aprovado o contrato e a unidade de execução na reunião de quinta-feira.

“Estamos perante um ataque ambiental, porque vai ser destruída a pouca zona de costa livre que existe, neste momento, no Funchal, porque vai ser sobrecarregada toda a gestão de resíduos e de esgotos”, explicou, para logo acrescentar: “É um ataque social porque esta é uma das poucas zonas que ainda é visitada e que pode ser utilizada pelos habitantes do Funchal sem pagar.”

Marina Mortágua, que esteve no local acompanhada pela coordenadora regional do BE, Dina Letra, e pelo deputado no parlamento madeirense Roberto Almada, considerou que o projeto é também um “ataque imobiliário”.

“É um ataque imobiliário porque nestes espaços de costa vão ser construídos mais apartamentos de luxo do que o Programa de Recuperação e Resiliência prevê para toda a região da Madeira a custos acessíveis”, afirmou, alertando que “em pouco tempo e em pouco espaço vamos ter a sobrecarga de apartamentos de luxo que não são para quem trabalha”.

A coordenadora do BE disse, por outro lado, que os projetos na praia Formosa decorrem em “benefício dos grandes grupos económicos da Região Autónoma da Madeira” e garantiu que o partido vai avançar com iniciativas no parlamento regional para “travar este atentado ambiental, social e imobiliário”.

A Unidade de execução da praia Formosa, uma das mais populares da Madeira, prevê a edificação de dois projetos imobiliários em terrenos baldios — um do Grupo Pestana/CR7, outro da família Welsh –, sendo que a partir da emissão dos alvarás o prazo de execução é de 4 anos e meio, podendo estender-se excecionalmente até o máximo de 10 anos.

De acordo com a Câmara Municipal do Funchal, os privados cederam 38 mil metros quadrados na linha da frente para jardim e passeio públicos e todas as infraestruturas, incluindo um parque de estacionamento com 600 lugares, serão realizadas pelos mesmos.

A autarquia indicou também que nenhuma zona da praia, com cerca de 1.000 metros, ficará interdita à população.

DC // JPS

By Impala News / Lusa

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