Globos de Ouro. Chadwick Boseman recebe prémio a título póstumo, Netflix grande vencedora

Os Globos de Ouro, prémios de cinema e televisão da Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood, distinguiram hoje Chadwick Boseman a título póstumo, como melhor ator dramático, numa cerimónia em que a Netflix foi a grande vencedora.

Globos de Ouro. Chadwick Boseman recebe prémio a título póstumo, Netflix grande vencedora

Os Globos de Ouro, prémios de cinema e televisão da Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood, distinguiram hoje Chadwick Boseman a título póstumo, como melhor ator dramático, numa cerimónia em que a Netflix foi a grande vencedora.

O ator, que morreu em 2020, aos 43 anos, foi premiado pelo seu papel no filme “Ma Rainey: a mãe do blues”, de George C. Wolfe.

A 78.ª edição dos Globos de Ouro decorreu de forma virtual, por causa da covid-19, contando com apresentação de Tina Fey e Amy Poehler e a participação de alguns dos laureados do ano passado.

A Netflix, que contava com 42 nomeações, venceu a maioria dos prémios para televisão, com a série “The Crown”, que contava com seis nomeações, a obter quatro globos de ouro, incluindo o prémio para melhor série de drama.

A série, que reconstitui a vida da família real britânica, recebeu ainda prémios para os atores Josh O’Connor (no papel de príncipe Charles), Emma Corrin (princesa Diana) e Gillian Anderson (Margaret Thatcher).

A popular série “Gambito de Dama”, daquela plataforma de ‘streaming’, venceu na categoria de melhor minissérie, tendo a protagonista, Anya Taylor-Joy, obtido também o prémio de melhor atriz.

A realizadora Chloe Zhao, nascida na China, tornou-se na primeira mulher de origem asiática a obter um Globo de Ouro, pela realização do filme “Nomadland – Sobreviver na América”, que obteve igualmente o prémio para melhor filme de drama.

Zhao é além disso a primeira mulher a conquistar o prémio desde Barbra Streisand, com “Yentl”, em 1984, numa categoria em que apenas estas duas mulheres receberam aquela distinção.

O filme “Mank”, de David Fincher, que liderava as nomeações na área do cinema, foi o grande perdedor da noite, não tendo conquistado qualquer prémio.

“Mank” estava indicado em seis categorias, incluindo as de Melhor Drama, Realização, Argumento (para Jack Fincher, pai do realizador), e Ator em Drama, para Gary Oldman.

O filme “Os 7 de Chicago”, de Aaron Sorkin, também exibido pela Netflix, obteve o Globo de Ouro na categoria de melhor argumento.

Sasha Baron Cohen, que estava nomeado na categoria de melhor ator dramático pela participação no filme de Sorkin, acabaria por vencer o prémio como ator de comédia ou musical, por “Borat 2”.

O prémio de melhor atriz num filme dramático foi para a cantora Andra Day, por “The United States vs Billie Holiday”, com a britânica Rosamund Pike a vencer na categoria de comédia ou musical por “I Care a Lot”.

Jodie Foster obteve o prémio na categoria de melhor atriz secundária, pelo papel no filme “The Mauritanian”.

Daniel Kaluuya conquistou o Globo de Ouro para melhor ator secundário pelo filme “Judas and the Black Messiah”.

O Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro foi para “Minari”, de Lee Isaac Chung, batendo “Another round”, de Thomas Vinterberg, “Uma vida à sua frente”, de Edoardo Ponti, protagonizado por Sophia Loren, “La llorona”, de Michael Chaves, e “Deux”, de Filippo Meneghetti.

A cerimónia realizou-se dias depois de uma investigação do jornal Los Angeles Times ter questionado a relevância e a credibilidade da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood (HFPA, na sigla inglesa) na indústria cinematográfica nos Estados Unidos.

O jornal traçou uma imagem de atuação duvidosa, protecionista dos seus membros e desligada da realidade, revelando que há membros da associação a receber remunerações avultadas, cuja proveniência não é transparente, e nem todos são efetivamente jornalistas.

Este ano, a associação foi amplamente criticada por ter excluído das nomeações dos Globos de Ouro várias produções que são potenciais candidatos aos Óscares, como “Da 5 Bloods – Irmãos de armas”, de Spike Lee, “Judas and the Black Messiah”, de Shaka King, e “Ma Rainey: A mãe do blues”, de George C. Wolfe.

 

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