ARCOlisboa regressa com novos prémios e quer “atrair mais público jovem”
A Feira Internacional de Arte Contemporânea ARCOlisboa abre a 29 de maio, na capital, com 83 galerias, novos prémios e entrada gratuita alargada “para atrair o público jovem”, sublinhou hoje a direção do certame que decorre até 01 de junho.

“Há várias novidades, os conteúdos das galerias vão ser muito interessantes, com novos projetos, e haverá um convite alargado ao público jovem”, disse à agência Lusa a diretora Maribel López, na apresentação do certame, no Museu do Design (MUDE), em Lisboa.
A oitava edição, que voltará a decorrer no edifício da Cordoaria Nacional, juntará galerias de 17 países, com 30 portuguesas e 53 estrangeiras, dando especial relevo às presenças de Espanha, Alemanha, Itália e Brasil.
Depois de em edições anteriores a ARCOlisboa ter aberto portas gratuitamente a jovens até aos 25 anos durante uma tarde do certame, a opção da direção foi estender essa entrada a duas tardes, na sexta-feira (dia 30 de maio) e sábado (dia 31 de maio), a partir das 15:00.
“Queremos que o público mais jovem se aproxime da arte contemporânea, que é como uma medicina perante tantos problemas do mundo. É uma ferramenta que serve para conseguirmos ser mais abertos e relacionarmo-nos melhor com os outros”, considerou Maribel López.
A feira será composta por três núcleos: Programa Geral, com 61 galerias, Opening Lisboa, comissariado por Sofia Lanusse e Diogo Pinto, com 18 galerias, e “As formas do Oceano”, núcleo comissariado por Paula Nascimento e Igor Simões, reunindo projetos centrados em África, a sua diáspora e outras geografias, em cinco galerias.
Questionada sobre o perfil do público que vai anualmente à ARCOlisboa, a responsável disse que “existe um público muito leal, de várias gerações, porque a cidade tem uma cena de arte contemporânea muito bem construída, com museus públicos, galerias e coleções privadas”.
“O nosso trabalho está a acontecer no sentido de nos aproximar mais dos jovens e conseguir que os novos residentes da capital se interessem pela arte contemporânea”, disse Maribel López, acrescentando que “vêm também muitas pessoas de Espanha, devido à presença das galerias espanholas”.
O programa internacional previsto trará 150 convidados a Lisboa, entre diretores de museus, curadores, galeristas e outros profissionais do setor, “para dar visibilidade à feira e para que se interessem nos conteúdos da cidade nesta área”, apontou a responsável à Lusa.
Nos últimso três anos, a afluência à ARCOlisboa passou de 11 mil visitantes, em 2022, para mais de 13 mil, em 2023 e em 2024, segundo os números da organização.
Outra novidade, este ano, será a atribuição de novos prémios, entre os quais o Prémio de Aquisição Museu de Arte Contemporânea Armando Martins (MACAM), lançado este ano na ARCOmadrid, e o Prémio Aquisição Coleção Studiolo — Candela A. Soldevilla, da colecionadora espanhola.
Além destes, mantêm-se o Prémio Opening Lisboa, o Prémio Fundação Millennium bcp para o Melhor Stand, e também as aquisições da Fundação ARCO e da Câmara Municipal de Lisboa.
Questionada sobre o retorno que as galerias têm tido na feira, após sete edições, Maribel López avaliou: “A feira tem tido muito êxito para as galerias portuguesas, e muitas delas querem repetir a presença. O comité vai selecionando entre as que já entraram e outras novas”.
“Achamos que tem de haver um equilíbrio na dimensão, entre as 83 e as 85 é o ideal para oferecer mercado e para que tenham êxito, até porque o espaço não nos permite mais. Neste momento queremos manter-nos aqui e construir nesta base”, disse, sobre a continuação na Cordoaria nacional.
Ainda sobre as vendas, a responsável pela feira organizada pelo consórcio espanhol IFEMA Madrid (organizadora da ARCOmadrid), em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa (CML), ressalvou que “são um negócio privado, e algumas peças mais caras só se vendem depois do contacto, e podem demorar algum tempo”.
O Programa Geral contará com a estreia de galerias como Travesia Quatro, Duarte Sequeira, Set Espai d´Art e Each Modern, enquanto outras irão regressar após um interregno, como é o caso de Vermelho, Nuno Centeno, Rosa Santos, Fonseca Macedo e a Galeria de Las Misiones, que se juntam a outras já com presenças habituais, como as portuguesas Vera Cortês, Francisco Fino, Madragoa e Cristina Guerra Contemporary Art.
Neste núcleo estarão ainda projetos a solo de artistas como Diogo Pimentão, Miki Leal, Andrei Ibarra, Amélie Esterházy, Sonia Navarro, Justin Weiler e Manuel M. Romero, entre outros.
O setor comissariado “As Formas do Oceano” irá reunir cinco galerias: African Arty (Marrocos), Afronova (África do Sul), Christophe Person (França), Karla Osorio (Brasil) e Reiners Contemporary Art (Espanha).
Para Maribel López a ARCOlisboa “é um lugar onde é possível encontrar a arte contemporânea fundamental para o presente e para construir o nosso futuro”.
Também presente na apresentação da feira, o presidente da CML, Carlos Moedas, sublinhou a importância do certame como parte de uma “Lisboa capital da arte moderna e contemporânea, num eixo que vai do MUDE a Belém”.
Este ano a autarquia irá exibir publicamente mais 70 peças de arte da coleção da CML, e fazer aquisições no valor de 150 mil euros na feira, disse o autarca, lembrando que no ano anterior esse valor foi de 120 mil euros.
O programa desta oitava edição inclui ainda visitas a museus e a galerias de arte, lançamentos de livros, conversas e debates.
AG // MAG
By Impala News / Lusa
Siga a Impala no Instagram