Aberto concurso público de conceção para futuro projeto de ampliação do Museu do Chiado

O concurso público de conceção para a elaboração do projeto de remodelação e ampliação do Museu Nacional de Arte Contemporânea — Museu do Chiado, em Lisboa, está aberto até março, segundo anúncio publicado em Diário da República.

Aberto concurso público de conceção para futuro projeto de ampliação do Museu do Chiado

No dia 13 deste mês, a diretora do Museu Nacional de Arte Contemporânea — Museu do Chiado (MNAC-MC), Emília Ferreira, tinha dito à agência Lusa que o concurso abriria até ao final do ano.

O prazo para apresentação de propostas decorre “até às 17:00 do 90.º dia a contar da data de envio do presente anúncio” para publicação em Diário da República (DR), data que corresponde a 22 de dezembro de 2023, lê-se no documento publicado em 26 de dezembro.

Para este concurso de conceção, o “valor do preço base” é de 750 mil euros, indica o diploma.

A repartição de encargos no âmbito deste concurso foi autorizada no passado dia 11, por uma portaria conjunta das secretarias de Estado do Orçamento e da Cultura, correspondendo 750 mil euros a 2024, para um valor global de 900 mil de euros, distribuído pelo período de 2023 (50 mil euros) a 2025 (109,349 mil euros), a que acresce a taxa de IVA.

A remodelação e ampliação do MNAC foram anunciadas em janeiro pelo Ministério da Cultura, e acontecem no âmbito das obras incluídas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

De acordo com a diretora do museu, “as obras [num investimento estimado em oito milhões de euros] deverão começar previsivelmente no final de 2024, início de 2025”.

Emília Ferreira considera que o projeto irá “beneficiar as condições do acervo e exposições”, assim como o trabalho dos funcionários e o acesso e acolhimento dos visitantes.

O projeto de ampliação do MNAC-MC abrange uma parte do edifício onde estava anteriormente instalada a PSP, parte do edifício do antigo Governo Civil de Lisboa, e prevê uma remodelação que crie uma articulação com os três edifícios, incluindo o mais antigo onde o museu está instalado, “para haver uma lógica de percurso e utilização”.

Emília Ferreira salientou a importância deste projeto para o museu, “que não tem tido a possibilidade, por falta de espaço, de apresentar uma exposição de longa duração, com peças em número significativo, com um percurso mais compreensivo da coleção”.

“O que temos conseguido fazer é ir apresentando vários núcleos diferentes baseados no acervo”, referiu Emília Ferreira, acrescentando que serão “também muito bem-vindos espaços técnicos, auditório, serviços educativos e para reservas”.

Quanto ao progresso das obras do PRR, iniciadas este mês, para as quais o MNAC-MC recebeu 1,8 milhões de euros, a diretora afirmou que deverão demorar seis meses e estão a ser focadas na reparação de “problemas antigos e urgentes”, nomeadamente a recuperação e instalação de ar condicionado, coberturas, reparações de infiltrações e substituição de janelas.

Em fevereiro de 2014, o então secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, assinou um protocolo com o Ministério da Administração Interna (MAI) e o Ministério das Finanças para cedência de parte do convento S. Francisco, onde também tinha funcionado uma esquadra da PSP e o antigo Governo Civil, com o objetivo de duplicar o espaço disponível para o Museu do Chiado.

As obras de ampliação estenderam-se primeiro para o edifício do Governo Civil, na Rua Capelo, que abriu em 2015, estabelecendo-se mais tarde a ligação ao edifício original do museu, na Rua Serpa Pinto.

A cedência do espaço então sob tutela do MAI no Convento de São Francisco correspondia a um projeto já antigo, que atravessou vários governos, mas nunca chegou a ser concretizado.

Um dos principais problemas do museu, apontado por todos os diretores dos últimos 30 anos, era a exiguidade do espaço para mostrar uma das mais importantes coleções públicas de arte do país.

O MNAC-MC, que possui hoje um acervo de quase 5.000 peças de arte, desde 1850 à atualidade – um acervo que inclui ainda peças presentes em entidades como embaixadas e ministérios -, completou 100 anos em maio de 2011.

JRS (AG) // MAG

By Impala News / Lusa

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