A nova moda para emagrecer está a deixar diabéticos sem medicamento. E faz disparar despesa do SNS

Um medicamento para a diabetes tipo 2 está a ser usado de forma desregrada para emagrecer e, em pouco mais de um ano, custou 26 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). E é muito difícil encontrá-lo nas farmácias.

A nova moda para emagrecer está a deixar diabéticos sem medicamento. E faz disparar despesa do SNS

Um medicamento para a diabetes tipo 2 está a ser usado de forma desregrada para emagrecer, depois de ter ganhado fama nas redes sociais através de alguns famosos que o divulgaram como sendo a receita milagrosa para perder peso. O problema é que este fenómeno já custou, em pouco mais de um ano, 26 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), avança esta segunda-feira o jornal Público. E está em risco de esgotar.  A venda deste medicamento cresceu de tal forma, que o abastecimento do mercado está comprometido e há diabéticos a serem obrigados a ir a várias farmácias até que o consigam encontrar.

Leia depois
Poluição do ar está a afetar peso das mulheres, aponta estudo (… continue a ler aqui)

O fármaco custa 120 euros, mas cerca de 90% do valor é comparticipado pelo Estado, o que faz com que o preço ronde os 12 euros, desde que se tenha uma receita médica. Os números do Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde) refletem o sucesso de vendas. Nos primeiros sete meses de 2022, este fármaco já custou 18,2 milhões de euros ao SNS, mais do dobro que em 2021, quando a despesa atingiu 7,5 milhões de euros.

Médicos obrigados a prescrever medicamentos menos eficazes

O semaglutido, nome da substância ativa do medicamento, tornou-se moda após começar a ser utilizado por celebridades e conseguiu ganhar ainda mais fama quando se tornou viral no TikTok, onde vídeos com a evolução do processo de emagrecimento em semanas começou a ser partilhado. A popularidade conquistada nas redes sociais fez com que a própria farmacêutica que o produz, a dinamarquesa Novo Nordisk, ficasse surpreendida e não conseguisse repor os stocks.

O laboratório com sede na Dinamarca admite que o medicamento possa continuar esgotado e com problemas no abastecimento até 2023. A farmacêutica justificou ao jornal Público que está “a assistir a uma procura muito superior ao antecipado, o que tem resultado numa disponibilidade intermitente”. Enquanto este situação não for normalizada, os médicos estão a optar por prescrever medicamentos alternativos da mesma classe, mas mais antigos e menos eficazes.

Foto: Towfiqu barbhuiya on Unsplash

Impala Instagram


RELACIONADOS