Seis coisas que não deve esconder quando vai ao ginecologista

Acredite: um ginecologista já ouviu de tudo.

Seis coisas que não deve esconder quando vai ao ginecologista

Acredite: um ginecologista já ouviu de tudo. Por mais estranho, irrelevante ou até ridículo que lhe pareçam, fale. É na visita ao médico ginecologista que se realiza o exame pélvico (papanicolau) que permite detetar infeções ou lesões e fazer o rastreio do cancro do colo do útero. O exame da mama integra a consulta, bem como uma conversa sobre vários aspetos da saúde e sexualidade: contraceção, planos de gravidez, menstruação ou menopausa, entre outros adequados a cada mulher. E é aqui que o seu contributo é crucial. Com isto em mente, a Médis elaborou este artigo sobre seis temas que deve abordar numa consulta de ginecologia:

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Histórico familiar

A história familiar é uma ferramenta útil em Medicina. Deve ser registada na primeira consulta e atualizada regularmente, especialmente se existirem mudanças. É importante para avaliar o risco de patologias, como o cancro da mama ou do cólon, diabetes tipo 2, problemas vasculares ou depressão.

Os antecedentes familiares são relevantes no planeamento da gravidez. Ao saber da existência de síndromes, alterações genéticas ou potenciais problemas associados (nascimento pré-termo, abortos espontâneos, entre outros) o médico pode aconselhar melhor a mulher nesta fase.

Menstruação: irregular, intensa ou ausente

A data da menstruação é uma pergunta-chave em consulta, para aferir o funcionamento normal do aparelho reprodutor. A menstruação dura entre dois a sete dias, variando ao longo da vida. Falhas podem ser sinónimo de gravidez, mas também de stress, perda ou excesso de peso, desporto intensivo, síndrome de ovário poliquístico ou indício de menopausa. As alterações na intensidade (duração, fluxo) ou regularidade são normais na maioria dos casos, explica o site do Serviço Nacional de Saúde britânico. Contudo, acima dos 40 anos deve consultar o médico, pois podem estar relacionadas com o cancro do endométrio, pólipos ou hiperplasia. A deteção precoce é fundamental para um tratamento eficaz.

Alterações de humor

Se está mais irritável ou ansiosa a culpa pode ser das hormonas. Mas há outros sinais que indicam um desequilíbrio: queda de cabelo, fadiga, insónia, aumento de peso, enxaquecas regulares no período ou na menopausa, perda de libido. As hormonas sofrem pequenas flutuações em cada dia, alterações mais intensas podem repercutir-se no estado de humor e de saúde. A resposta pode estar em medicamentos ou simples ajustes nos hábitos de vida (alimentação, exercício).

Dor no ato sexual

As perturbações dolorosas associadas ao ato sexual são um dos distúrbios mais frequentemente associados à disfunção sexual feminina, que atinge 40 a 70 por cento das mulheres portuguesas, de acordo com um estudo publicado na Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar. Outro estudo publicado no BJOG An International Journal of Obstetrics and Gynaecology, realizado com 7 mil mulheres sexualmente ativas, avaliou a prevalência de dispareunia, concluindo que é comum em várias faixas etárias.

A dor genital ou pélvica na penetração impede o prazer sexual e deve ser levada a sério. Existem várias causas: razões ginecológicas (lesões ou infeções vaginais), falta de lubrificação, na menopausa e pós-parto, endometriose, entre outros. Pode ainda associar-se a ansiedade, depressão ou baixa autoestima. A avaliação médica do problema permite definir um tratamento adequado.

Perdas urinárias

Estima-se que 33% das mulheres acima de 40 anos tenham sintomas de incontinência urinária, segundo dados da Associação Portuguesa de Urologia. O envelhecimento, a gravidez e o parto, o excesso de peso, entre outros fatores, podem estar na origem da fragilidade dos músculos da zona pélvica.

Existem vários tipos de incontinência, como a de esforço, que ocorre ao tossir ou correr por exemplo. Alertar o médico aos primeiros sintomas é vital para avaliar o problema e travar a sua evolução. Exercícios para fortalecimento do pavimento pélvico, a fisioterapia, fármacos ou cirurgia são abordagens possíveis. Não confundir com o corrimento vaginal, um componente normal do aparelho reprodutor feminino.

Tabaco

Os hábitos de vida têm impacto na saúde e o aparelho genital não é exceção. Fumar, por exemplo, é um dado importante a referir, já que influencia a escolha do método contracetivo. Sabe-se que a pílula combinada (estrogénios e progestativos) está associada a um risco mais elevado de doença cardiovascular. Fumar mais de 15 cigarros por dia e idade superior a 35 anos são contraindicações para este método, define o Consenso da Sociedade Portuguesa de Contraceção. Em consulta, informe ainda o médico sobre medicamentos e suplementos que toma.

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