Disfunção erétil afeta 50% dos homens entre os 50 e os 59 anos

O estigma da própria doença, o isolamento, a dificuldade de comunicação e o atraso na procura de ajuda especializada são fatores que desencadeiam a degradação progressiva da autoestima e consequente repercussão na vida pessoal e profissional.

Disfunção erétil afeta 50% dos homens entre os 50 e os 59 anos

Sim, a disfunção erétil ainda é um assunto tabu para o sexo masculino. Muitos são arrastados pelas mulheres para uma consulta especializada. São elas que ignoram o ‘rosto da vergonha’ e  não baixam os braços quando têm de acompanhá-los aos tratamentos. É verdade que o Viagra, o tão falado comprimido azul – que ninguém deve tomar sem acompanhamento médico – veio mudar mentalidades.

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Embora não faça milagres, contribuiu para que os homens deixassem de sofrer tanto com uma doença que “segundo estudos, afeta 30% dos homens na faixa etária 40-49 anos, 50% entre os 50-59 anos e 75% entre os 60-69 anos”.  Em Portugal, estima-se que apresente “prevalência global de 13%”, afirma Miguel Cabrita, coordenador da Unidade de Urologia do Hospital Lusíadas Albufeira e da Clínica Lusíadas Faro.

É preciso despistar as doenças que provocam esta patologia

Cada caso é um caso. As disfunções sexuais, apesar de “entidades benignas, podem afetar homens e mulheres e com grande impacto na sua qualidade de vida”, sublinha o especialista. A disfunção erétil “é a incapacidade persistente ou recorrente em obter e/ou manter uma ereção que possibilite uma relação sexual satisfatória por um período de três meses”. No sexo feminino, as disfunções sexuais estão, na maioria, relacionadas “com a falta de desejo sexual, dor na relação sexual ou incapacidade em atingir o orgasmo”.

Apesar de apenas 9% dos homens procurarem ajuda, é preciso estarem atentos aos principais sintomas da disfunção erétil. Esta é a segunda disfunção sexual com maior prevalência no sexo masculino, logo a seguir à ejaculação precoce. “A principal sintomatologia referida nas consultas prende-se com a redução do desejo sexual e alteração da qualidade e/ou incapacidade de manter uma ereção satisfatória.”

Ausência ocasional de ereção adequada não se traduz em disfunção erétil, “mas uma ocorrência frequente do quadro deverá ser motivo de alarme”, alerta Miguel Cabrita, frisando que as causas para este problema são variadas, embora as psicológicas representem 10-20% dos casos. A estas, juntam-se “patologias com grande prevalência na sociedade ocidental, como a doença coronária, aterosclerose, diabetes e obesidade na génese da doença”.

Da resignação ao isolamento

Muitos dos pacientes quando, finalmente, procuram ajuda, já vão num estado avançado da doença. É que aliada à vergonha está a resignação. Ou seja, assumem que este é um problema inerente ao avançar da idade. “Errado. Muitas vezes é algo mais fácil de tratar e está associado ao stresse do dia a dia”. Lembre-se de que “10 a 20% dos casos são psicológicos”.

Se não se trata, tudo parece ruir à sua volta. E os homens são especialistas em queixumes. “O estigma da própria doença, o isolamento, a dificuldade de comunicação e o atraso na procura de ajuda especializada são fatores que condicionam uma degradação progressiva na autoestima e consequente repercussão na vida pessoal e profissional”, alerta o coordenador da Unidade de Urologia do Hospital Lusíadas.

O importante, segundo Miguel Cabrita, é que “existe terapêutica” e que “é apenas o estigma da própria doença e a falha no auxílio especializado que atrasa o processo”. Antes de qualquer tratamento específico deverá ser reequacionado o estilo de vida e banidos prejudiciais como a ingestão de álcool, tabaco, regime alimentar não adequado, vida sedentária.

“Este reajuste permite melhoria da qualidade da ereção em 30% dos casos”, afirma o médico. A terapêutica está “sempre dependente da causa subjacente e deverá ser planeada numa consulta especializada”. “Existem várias opções com recurso a fármacos que permitem a irrigação peniana, tratamentos hormonais, bombas de vácuo, próteses penianas ou cirurgia vascular”, descansa. O acompanhamento psicológico e terapia sexual poderá servir como “complemento de outras terapêuticas ou terapêutica em casos selecionados”, conclui.

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