Consulta do viajante: recomendações médicas e vacinação

Marcar uma consulta do viajante é um passo importante quando está a planear as férias, sobretudo antes de partir para destinos que requerem vacinas obrigatórias. Os riscos são maiores em países desenvolvidos e ainda são muitos os portugueses a ignorarem as recomendações.

Consulta do viajante: recomendações médicas e vacinação

Se está em contagem decrescente para as férias e tem como destino um país da América central, região norte da América do Sul, África ou Sul da Ásia, não pode esquecer de marcar uma consulta do viajante um mês antes da partida. O objetivo é proceder a uma avaliação dos riscos, tendo em conta as características individuais do viajante por forma a possibilitar a toma antecipada de vacinas e garantir a sua eficácia no período da viagem. Existem poucos destinos que obrigam a toma de vacinas para a entrada no país. “São exemplos a vacina contra a febre amarela em alguns países de África, América Central e América do Sul, e a vacina contra a meningite meningocócica para peregrinos que se dirijam a Meca”, começa por explicar Marisa Araújo, especialista em doenças infecciosas do Hospital Lusíadas Lisboa, ressalvando que existem outros locais onde as vacinas não sendo obrigatórias, são recomendáveis, “nomeadamente vacina contra a febre tifóide e contra a hepatite A”. Muitos portugueses ainda não conhecem a consulta do viajante e, mesmo quando o fazem, continuam a ignorar as recomendações.

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Assistência médica no destino

A consulta do viajante “é a oportunidade para o médico aconselhar medidas preventivas a adotar antes, durante e depois da viagem, que dependem não só da viagem propriamente dita (destino, rota, motivo de deslocação, duração da estadia e tipo de alojamento), como também das características do viajante (doenças conhecidas, medicação em curso, alergias e vacinação prévia)”, começa por explicar Marisa Araújo, especialista em doenças infecciosas do Hospital Lusíadas Lisboa, adiantando “que estas medidas incluem vacinas, profilaxia antipalúdica, informação sobre higiene individual, cuidados a ter com a água e os alimentos, além de outros aspetos relevantes para quem viaja”. Paralelamente, também são fornecidas informações sobre a assistência médica e segurança no país de destino. A médica ressalva ainda que as diferenças dos cuidados entre adultos e crianças reside apenas “nas limitações de idade mínima de algumas vacinas, e na escolha de profilaxia antipalúdica, no caso de esta estar indicada”.

Farmácia para o viajante

Além de todos estes aconselhamentos, também é importante saber o que levar na farmácia para garantir os primeiros socorros, exemplo de solução desinfetante para feridas, fita adesiva, ligaduras, compressas estéreis, e termómetro clínico; analgésico simples (paracetamol), anti-histamínico e sais de reidratação oral. “Para locais com risco de transmissão de doenças por vetores, também não deverá esquecer repelente de insetos (para a pele e para a roupa) e tratamento para as picadas de insetos; poderá também estar indicado incluir profilaxia da malária (de acordo com prescrição)”, alerta Marisa Araújo, frisando que, em caso de viagens de longa duração, o médico poderá considerar incluir alguns antibióticos para situações pontuais. “Deverá ser evitado o uso de loperamida, sob risco de desencadear gastroenterite invasiva”, salienta a espcialista em doenças infecciosas.

Consulta do viajante: dicas práticas

Paralelamente à vacinação e aos medicamentos que deve levar, existem outros cuidados práticos a ter em conta. Segundo Marisa Araújo, especialista em doenças infecciosas, é importante beber apenas água engarrafada ou previamente fervida; evitar o gelo se não souber a origem da água; evitar alimentos crus (saladas, frutas, sumos de fruta ou batidos), ou ingerir apenas aqueles que foram lavados e/ou descascados pelo próprio; comida bem cozinhada é segura. Além da alimentação, a médica informa ainda os cuidados a ter com o vestuário: “usar roupa clara, que cubra a maior percentagem de pele possível, para melhor proteger das picadas de inseto; aplicar repelentes constituídos por DEET (idealmente 50%) ou icaridina para a pele, e com permetrina para a roupa”, sublinhando que deve repetir o gesto pelo menos três vezes por dia, sempre que tomar banho, ou quando a sudorese seja mais intensa. “Dependendo do destino e das condições de alojamento, pode estar indicada uma rede mosquiteira”, conclui a especialista.

Doenças a precaver com as recomendações médicas e vacinação:
· Febre-amarela: Doença viral e frequentemente fatal, transmitida por mosquitos encontrados na parte norte da América do Sul e África;
· Tétano e difteria: Doenças infecciosas muitas vezes fatais. Podem ocorrer após a infeção de uma ferida;
· Hepatite A: A infeção é transmitida pelo contacto com doentes ou produtos infetados;
· Hepatite B: Transmitida pelo sangue e contacto sexual;
· Tifoide: Doença infecciosa grave prevalente em todos os países exóticos com climas quentes. Para evitar a infeção durante a estadia é essencial cumprir as regras de higiene: lavar as verduras e frutas e beber água apenas de fontes fidedignas;
· Poliomielite: Doença muito contagiosa que atinge principalmente as crianças. A infeção ocorre através de alimentos e água contaminados;
· Malária: Transmitida por mosquitos e ocorre no Sudeste da Ásia, África e América do Sul (parte tropical).

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