Rúben Aguiar Revela vida dura na prisão: “Chorava todos os dias”

Rúben Aguiar foi acusado de tentativa de homicídio em abril de 2023.

Rúben Aguiar concedeu uma entrevista exclusiva a Manuel Luís Goucha, que foi ao ar esta segunda-feira, dia 15 de janeiro.

O cantor explicou tudo o que aconteceu no dia em que foi acusado de tentar matar um homem durante um alegado atropelamento e fuga.

O episódio ocorreu no passado dia 18 de abril de 2023, quando o artista se dirigia a Alcochete para participar no programa ‘O Preço Certo’ da RTP.

Como se encontrava a conduzir em contramão, um condutor de uma viatura de pesados viu o que estava a acontecer e frustrou-se com a situação.

“O homem veio na minha direção, agrediu-me (…) Psicologicamente, acho que ele não estava bem”, revelou.

Devido ao comportamento violento do alegado agressor, Rúben Aguiar tentou arrancar, não se apercebendo que passaria com o carro por cima do tornozelo.

“Entrei em pânico e decidi ir embora. Não me apercebi que passei por cima do pé. Se eu me tivesse apercebido, nem saía dali (…) Não me apercebi que passei por cima do indivíduo pela seguinte razão, ele estava a dar-me abanões e murros no carro. Foi um misto de emoções onde entrei em pânico e quis sair dali para uma zona de mais conforto, em que não fosse agredido”, justificou.

Foi-lhe informado que uma das câmaras, que seria a mais elucidativa, não estava a gravar. De acordo com os seus relatos, a vítima nunca ficou em perigo de vida, pois as imagens mostram este a levantar-se.

Leia mais em: Rúben Aguiar explica crime a Goucha: “Não me apercebi que passei por cima do indivíduo”

Passado um mês, quando se encontrava a embarcar do aeroporto da Madeira para Monte Real, o cantor foi detido pela Polícia Judiciária.

“Foi-me informado que tentei matar uma pessoa (…) Fiquei detido na cadeia do Montijo durante dois meses”, acrescentou.

A vida na prisão não foi fácil. O intérprete de ‘A Música do Gago’ ficou trancado dentro de uma cela, sozinho, por cinco dias. “Tive de aprender a sobreviver”, salientou.

Depois, foi levado para uma sala maior, onde a dividiu com outros oito homens. Nos momentos mais solitários, encontrou apoio nos reclusos, que lhe cantavam as suas canções.

No entanto, nem todos os ‘colegas’ eram assim tão simpáticos, houve um que lhe queimou o braço.

“Eu chorava todos os dias e só pensava nos meus filhos”, lamentou, reforçando que a experiência é “pior do que na tropa”.

Na cadeia, não havia privacidade, nem sanitas, por isso as necessidades tinham de ser feitas à frente dos outros prisioneiros.

Sempre que recebia visitas, tinha de se despir à frente dos guardas e fazer vários agachamentos.

“Eu não podia voltar para a minha casa, porque eu vivia numa ilha que é rodeada de mar e há muito perigo de fuga”, foi-lhe dito pelo Ministério Público. A sua mulher gastou imenso dinheiro em viagens entre Madeira ao continente. Para passar os dias, o cantor refugiava-se na música e escreveu novos temas.

Após os dois meses de detenção, Rúben Aguiar sofreu a “medida de coação mais gravosa” – a prisão preventiva. 

Foi o pior ano da minha vida, foi o perder da minha liberdade (…) Eu acho que, a mim, me roubaram a verdade (…) Todos os cidadãos têm direito ao benefício da dúvida”, apontou.

“Houve uma campanha de injúrias e difamação (…) Houve muito interesse em tornar este assunto mediático“, insistiu, negando os rumores de alegados antecedentes criminais.

Desde a sua libertação que o músico tem-se focado na música, tendo já um novo álbum. Ao mesmo tempo, aguarda um novo julgamento, agendado para fevereiro.

“Não tem fundamento, nem cabimento, estou a ser acusado de uma coisa que não fiz“, exclamou.

Texto: Luís Sigorro; Fotos: Impala/TVI/Redes Sociais

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