Cristiano Ronaldo recorda morte do filho: “A minha família é tudo para mim”

Cristiano Ronaldo acusa Manchester United de falta de empatia no momento da morte do filho e diz-se magoado por dirigentes do clube terem duvidado de si durante internamento da filha.

Nem só de futebol é feita a entrevista de Cristiano Ronaldo a Piers Morgan. É certo que todos os temas acabam por resvalar para a profissão do jogador português, mas o capitão da seleção nacional assume mesmo que este é o “período mais difícil” sua vida, tanto a nível profissional como pessoal. Jogador e apresentador falam também sobre a morte do filho de Cristiano Ronaldo e Georgina Rodríguez no parto.

O português assume-se surpreendido por ter sido apoiado por adeptos de clubes rivais, como aconteceu num jogo frente ao Liverpool. Diz ainda ter recebido uma nota pessoal de condolências da Família Real, algo que o tocou. Por outro lado, revela ter sentido pouco apoio por parte do Manchester United. Ronaldo fala mesmo de falta de “empatia”, especialmente quando a filha, então com três meses, foi internada (em julho). Algo que levou a que o jogador não quisesse voltar a Inglaterra para estar junto da filha. Diz que os executivos do clube inglês chegaram a duvidar de si quando explicou por que não regressava a Inglaterra. E que isso o fez sentir “magoado”.

“A minha família é tudo para mim. Ainda mais depois do que passámos este ano”

No excerto já publicado pelo The Sun, Piers Morgan escreve que no final da entrevista Georgina e os filhos do casal juntaram-se ambos. Diz que os filhos correram para o pai e que se agarraram ao português. “A minha família é tudo para mim. Ainda mais depois do que passámos este ano”, desabafa Cristiano Ronaldo. Piers Morgan conta ainda que o jogador fez, durante uma entrevista, uma revelação de tirar o fôlego sobre o filho que morreu. Refere também que Cristiano Ronaldo não quer que ninguém sinta pena dele.

Cristiano Ronaldo arrasa Manchester United: “sinto-me traído. Não me querem aqui desde o ano passado”

As próximas horas prometem ser o início de uma das maiores polémicas dos próximos meses do futebol mundial. E que podem culminar com a saída de Cristiano Ronaldo do Manchester United já no mercado de janeiro. Numa entrevista concedida a Piers Morgan, que será publicada na íntegra no The Sun na próxima segunda (14), o jogador português não poupa nas críticas ao Manchester United. “Estão a tentar mandar-me embora. Não só o treinador, mas também dois ou três diretores. Honestamente, não sei se estão a ver-se livres de mim, mas sinto-me traído. Não me querem aqui desde o ano passado”, pode ler-se.

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Desde que regressou a Inglaterra, no verão de 2021, Cristiano Ronaldo já foi treinado por Solksjaer, Ragnick e Ten Hag. Destes, só tem elogios para o primeiro, de quem chegou a ser colega de equipa. “Se nem sequer és treinador, como é que vais ser o técnico do Manchester United? Nunca tinha sequer ouvido falar dele”, disse sobre Rangnick. Ainda assim, as críticas mais duras são para o atual treinador, Erik Ten Hag. “Não tenho respeito por ele porque ele não mostra respeito por mim. Se não tem respeito por mim, eu nunca terei respeito por ele. Se não tiveres respeito por mim, eu nunca terei respeito por ti”, explica.

“Não tenho respeito por ele porque ele não mostra respeito por mim”, diz sobre Ten Hag

O jogador português queixa-se ainda de falta de apoio do clube depois da morte de um dos filhos, durante o parto, e lamenta a política de investimento do Manchester United, dizendo que pouco se alterou desde que Alex Ferguson deixou a equipa. “Os adeptos devem saber a verdade. Eu quero o melhor para o clube. É por isso que vim ao Manchester United. Mas há algumas coisas que não nos ajudam a alcançar um nível superior como do Manchester City, Liverpool e agora o Arsenal . Um clube com esta dimensão deveria estar no topo”, defende.

“Um clube com esta dimensão deveria estar no topo”

Ronaldo assume-se ainda pronto para deixar o clube, considerando que esse é o desejo do Manchester United. “Como disse Picasso, é preciso destruir para reconstruir. E se começam por mim, para mim, não é um problema”, dispara. “Adoro o Manchester United, adoro os adeptos, eles estão sempre do meu lado. Mas se querem fazer diferente têm de mudar muitas, muitas coisas”, argumento.

Durante a conversa houve ainda tempo para falar sobre Alex Fergunson, antigo treinador escocês que foi o grande responsável pelo regresso do português ao clube no qual já tinham trabalhado juntos. “Ele sabe melhor do que ninguém que o clube não está no caminho que merece estar. Ele sabe. Todos sabem. As pessoas que não vêem isso… é porque não querem ver. Ou são cegas”, conclui.

Texto: Bruno Seruca

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