Cinha Jardim recorda enfarte do miocárdio e assume que cigarro foi salvação

Cinha Jardim falou, pela primeira vez, sobre o enfarte do miocárdio que sofreu enquanto estava a conduzir. “Quando estou a descer a rua do elétrico sinto um apagão, tudo escuro e já não sinto mais nada”, contou a Manuel Luís Goucha.

Cinha Jardim sofreu um enfarte do miocárdio, no passado dia 2 de maio, enquanto conduzia. A comentadora da TVI desmaiou ao volante e acabou por ser socorrida por um médico estrangeiro que estava a passar. Agora, praticamente um mês depois do valente susto, e numa altura em que se prepara para regressar ao trabalho, esteve à conversa com Manuel Luís Goucha, no programa da tarde da TVI.

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“Desvalorizava isso”

“Estou muito contente por aqui estar. Que susto enorme”, começa por dizer. “Não me sinto recuperada a 100 por cento. Vai fazer um mês, mas já tenho aqui autorização médica para começar a trabalhar, devagar… estou nervosa e isso não é normal”, diz, referindo-se à entrevista com Manuel Luís Goucha. “Foi uma coisa que me perturbou, foi um grande susto, não estava de todo à espera, embora me sentisse bastante cansada, nas ultimas duas semanas. Nos últimos dois dias (antes do acidente) chegava ao programa à noite e tinha que subir aquelas escadas até lá acima e dizia que tinham de me arranjar o elevador para chegar lá acima. Desvalorizava isso. Encontrava justificação para o cansaço pela idade, sou antiga, um antiquário valiosíssimo”, ri-se.

“Vida agitada, vinha para o programa à noite, chegava a casa ainda ia passear a cadela, deitava-me às 3 e tal e acordava às sete da manhã porque vinha para aqui para o Dois às 10. Acontecia à segunda e à quinta-feira. Dormia quatro horas mas depois chegava a casa deitava-me, ia buscar os meus netos às 16.30… Achei que era do frenesim. As minhas filhas diziam que eu tinha de parar, depois mais um jantar aqui e outro acolá… “, partilha Cinha Jardim, revelando que tem a família mais próxima sofre de problemas de coração.

“A minha mãe morreu com 52 anos, o meu pai com 63, morreram de coração, as minhas irmãs todas mais velhas também têm problemas, todas elas já fizeram cateterismo. Já me tinha sentido uma ou outra vez, tinha a tensão muito alta e tomava medicação há 25 anos, tenho o colesterol alto.”

Cinha Jardim salva por médico turista

“Quando saio de casa estava bem, acordei bem, estive com a Isaurinha a fazer umas arrumações de roupas de verão e de inverno, estivemos as duas a rir muito, fui levar a Isaurinha ao ginásio ali na rua 24 de julho, eu ia às Marias (marca de roupa) para ir buscar roupa para o programa da noite e voltava para a ir buscar. Assim aconteceu, fui às Marias, e voltei. No meio disto tudo tinha um maço de cigarros dentro do carro, só com um cigarro. Eu fumo pouquíssimo, numa situação de jogo do Benfica ou assim, mas muito pouco”, assume.

“Quando me vieram dar as roupas eu pedi para me darem um isqueiro porque me apetecia fumar um cigarro. Apeteceu-me. Ela acendeu-me o cigarro e eu vou no carro com as janelas abertas, foi a minha salvação. Quando estou a descer a rua do elétrico sinto um apagão, tudo escuro e já não sinto mais nada. Mas o que é que acontece? Tenho a janela do carro aberta. Devo ser eu que paro o carro não sei. Eu caio para a frente e nunca mais me lembrei de nada. Foi um segundo, não me senti mal. Estava muito bem e apaguei”, recorda.

A socialite assume que foi socorrida por três pessoas e que lhe valeu um médico turista que passou ali naquele momento. “As pessoas viram-me, dois rapazes e uma senhora tiraram-me do carro e deitam-me no passeio. As pessoas percebem que estou inanimada, chamaram os bombeiros. Há um médico que passa ali num grupo de turistas  que me faz as manobras de reanimação e aí, sim, foi a minha salvação. Quando eu acordo, ainda na rua, deitada no chão, só me doía a o externo. Acordo com uma respiração muito ofegante e não percebo porque ouço chamarem-me lady. Eu julgava-me no carro e não no chão, achei aquilo muito estranho, mas depois volto a perder os sentidos”, prossegue.

“Enviaram-me logo para Santa Maria”

“E quando acordo já vou numa ambulância com os bombeiros a falarem muito alto. Ouvia São José, perguntaram quem eu era…”, recorda, garantindo que estava muito confusa. Os bombeiros já estavam ao telefone com a minha filha. Ela foi ter comigo a São José. Eu entro para dentro de uma sala e estavam todos convencidos que eu tinha tido um AVC e respondo a tudo o que eles me perguntam. Foi a estrelinha da minha avó Isaura que me colocou ali aquele médico e que me salvou”, conta.

“Deixam entrar as minhas filhas e eu desmancho-me a chorar. Ai minhas ricas filhas, a pensar o que elas tinham sofrido ao saberem disto tudo. Eu só pensava que tinha de sair daquele hospital viva. Fiquei em São José uma noite, fiz exames até às tantas. E, quando perceberam que era do coração, enviaram-me logo para Santa Marta. Foram três horas e meia de cateterismo, tinha dois veias coronárias entupidas”, conta. Cinha ficou três dias internada e pediu para ir para casa no Dia da Mãe. E foi.

“Estive em repouso, jogava  Benfica e ninguém me deixava ver televisão. Tenho de ter cuidados, tenho de mudar um bocadinho a minha vida. Tenho de estar mais calma, vou começar a trabalhar e a ter uma alimentação mais regrada, vou começar a andar devagarinho e pouco e pouco até fazer meia hora…. Vou trabalhar só duas vezes de manhã e duas vezes à noite”. Benfiquista ferrenha, Cinha Jardim viu a vitória do Benfica e garante que rejuvenesceu. “Os 40 por cento do meu coração, aquele que dizem que está mais amachucado, mais morto que ficou mais fragilizado, rejuvenesceu imenso”, brincou.

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Texto: Ana Lúcia Sousa;
Fotos: redes sociais

 

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