Chakall Defende-se das acusações: “Não roubei ideia nenhuma a ninguém”

Chakall defende-se de acusação de roubo de propriedade intelectual em projeto com a CP e esclarece polémica

Chakall Defende-se das acusações: “Não roubei ideia nenhuma a ninguém”

Chakall foi convidado pela CP (Comboios de Portugal) para criar o conceito gastronómico do Comboio Presidencial, anteriormente denominado The Presidential e dinamizado pela empresa Lohad. As alegadas semelhanças entre as duas iniciativas está a gerar controvérsia e pode levar o conhecido chef, a CP e a Fundação Museu Nacional Ferroviário a tribunal. Gonçalo Castel-Branco, CEO da Lohad, acusa os envolvidos por uso não autorizado de património intelectual e avançou com um processo.

Em declarações à NOVA GENTE, Chakall esclarece a polémica. “Não tenho informação nenhuma sobre nenhum processo, mas quem se achar lesado é livre de o fazer. Nem sei bem o que dizer sobre isso, fui bastante atacado nas redes sociais sobre esse tema, mas é um assunto que não me diz respeito. A CP contactou-me e convidou-me para desenvolver uma ideia de cozinha para uma viagem de um dos seus comboios. A minha responsabilidade neste projeto é apenas gastronómica. Não me dizem respeito os contratos anteriores da CP nem roubei ideia nenhuma a ninguém. Do ponto de vista da cozinha, o conceito é diferente, isso tenho a certeza porque fui eu que o desenvolvi com a minha equipa”, atira.

O chef diz ter sido “julgado e atacado sobre este tema de forma disparatada”. “É um comboio, tem um trajeto, tem bilhete e tem serviço de comida. É fácil encontrarem parecenças entre os dois projetos. Já criei restaurantes onde antes havia outros e nunca passei por isto. Acho que mais explicações sobre isto têm de ser dadas pela CP, a minha parte aqui é criar uma experiência gastronómica diferenciada. É um desafio o serviço ser feito num comboio, com as limitações que existem em termos de cozinha e espaço, mas já fizemos uma viagem teste e correu bem, apesar de podermos e devermos melhorar”, afirma.

Para a empresa liderada por Gonçalo Castel-Branco, “esta iniciativa da CP/FMNF/Chakall apresenta, intencionalmente, uma confundibilidade estratégica com o projeto desenvolvido durante anos pela Lohad”. “Assim, este assunto estará, a partir de hoje, entregue às instâncias judiciais competentes, nacionais e europeias, para que seja dirimido em sede própria (…) “Se o The Presidential Train conquistou os prémios e a reputação internacional que todos lhe reconhecem é em grande medida porque sempre recusou trocar chefs conceituados por meras estrelas televisivas e profissionais por curiosos”, aponta, em comunicado nas redes sociais.
Apesar de toda a controvérsia, Chakall acredita que o projeto vai ser um sucesso. “Acho que esta polémica foi desnecessária, mas a vida segue. Segundo me diz a CP, as vendas estão a correr bem, as marcas envolvidas estão contentes com a ideia e o mais importante é que quem faça esta viagem tenha uma boa experiência”, conta.

O projeto

O comboio original remonta ao Comboio Real de 1890, tendo atravessado a monarquia, a Primeira República e o Estado Novo, tendo como função oficial o transporte dos Chefes de Estado. A composição histórica voltou a atravessar a Linha do Douro, após ter sido alvo de um restauro de 1,5 milhões de euros, num projeto dinamizado pela Lohad, cuja última viagem ocorreu em outubro de 2022. Agora, volta aos carris, a partir do dia 6 de abril, no projeto que pretende ser uma experiência imersiva pela região, com direito ao que de melhor tem a oferecer: bons vinhos, boa comida e uma paisagem digna de postal. Serão 20 viagens exclusivas, num percurso de ida e volta, que dura cerca de dez horas, ao longo de dez fins de semana.

Texto: Inês neves; Fotos: d.r.

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