Bibá Pitta Fala sobre a filha com trissomia 21 e lamenta: “Ainda há muito preconceito”

A socialite revela que a sociedade está mais consciente das diferenças e que temos de celebrar a individualidade de cada um.

Sempre se apresentou como uma mulher guerreira, presente na luta pelo direito e respeito pela diferença, desmistificando vários conceitos e várias ideias pré concebidas. Por isso, e dado que nesta sexta-feira, 1 de março, se celebrou o Dia do Preconceito Zero, a NOVA GENTE esteve à conversa com Bibá Pitta, mãe de cinco filhos, sendo que a terceira, Madalena, nasceu com Trissomia 21.

“Para mim, a Madalena é apenas a Madalena. A diferença não está no nascer-se diferente. Cada pessoa tem o direito à individualidade”, começou por dizer à nossa revista. “Costumo dizer que a minha filha foi feita com tanto amor que o cromossoma dela triplicou. É um espanto de miúda, faz-nos todos os dias pensar. As pessoas diferentes são seres humanos fantásticos, conseguem tudo à maneira deles”, garantiu Bibá.

Para a socialite, a diferença é encarada de uma forma muito simples: “Temos de ter a capacidade de amar as pessoas como elas são. A Madalena tem as caraterísticas dela, tal como eu tenho as minhas. Todos temos a nossa individualidade”.

Questionada se sentiu algum tipo de preconceito, a também autora revelou que “A sociedade está melhor, mas ainda há muito preconceito”. “Há uma desvalorização enorme da pessoa que é diferente, não se dá valor. Muita gente não sabe o que é, para uma pessoa diferente, uma conquista. É uma vitória tão grande. Temos de enaltecer a diferença”, garantiu.

A socialite defende que “devemos dar o direito aos outros de serem livres e seguirem os seus caminhos. Uma pessoa não conseguir ser ela própria a vida inteira, devido às outras, é triste”.

A educação de Bibá foi fundamental para encarar, desde sempre, a diferença de forma natural. “Tenho o privilegio e honra de ter tido uns pais que fizeram de mim o que sou hoje. Sempre fui uma miúda muito extrovertida, e os meus pais sempre me desafiaram a ser livre, a minha liberdade é o melhor que posso ter”, contou, acrescentando que “a crítica miudinha e o julgamento precoce é desnecessário. Não devemos falar dos outros levianamente”.

“Não temos de ter medo de envelhecer”

Conciliar a vida pessoal com a profissional tem os seus desafios. Atualmente a trabalhar como responsável do pelouro social na junta de freguesia de Cascais Estoril, não deixa de dedicar duas horas diárias ao exercício físico nem descura do seu papel na família. “Ainda bem que não paro. Sou uma mulher enérgica, querer parar é o que envelhece. Sinto-me muito bem com 58 anos, acho que as pessoas têm de ser ativas, acreditar em si, gostar de si e saber envelhecer”.

Envelhecer, para a socialite, não deve também ser encarado como uma fase menos boa. “Não temos de ter medo de envelhecer, temos de usufruir deste caminho, que é a vida. É uma sorte poder estar cá”. Para Bibá, muitas vezes, a sociedade incute nas pessoas a sensação que uma pessoa mais velha já não é o que era. “É importante nunca deixar dar amor, nunca deixarmos de ligar aos nossos. Gostaria muito, quando for velhinha, que os meus filhos e netos adorem estar comigo, cuidem de mim”, garantiu.

Para finalizar, a socialite defende que devemos “amar e aceitando as pessoas como elas são, com todas as diferenças, sendo sempre fiel a nós próprios e preservar a verdade e autenticidade”.

Texto: Luís Duarte Sousa; Fotos: Arquivo Impala

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