Joanetes são mais comuns em mulheres que usam saltos altos?

Os joanetes, patologia do pé mais comum na idade adulta afeta mais o sexo feminino do que o masculino. Mas será verdade que o uso de saltos altos contribuem para este problema?

Joanetes são mais comuns em mulheres que usam saltos altos?

Os joanetes – também conhecidos como Hallux Valgus (HV) – são “a patologia do pé mais comum na idade adulta”, diz Fátima Carvalho, podologista. Afeta “mais o sexo feminino do que o masculino” e os estudos demonstram que a etiologia do HV “ocorre devido a um conjunto de fatores, nomeadamente alterações biomecânicas que proporcionam o desalinhamento do dedo grande do pé e, consequentemente, o desalinhamento dos dedos, o que pode levar a deformações nos outros dedos pela pressão intensa que exerce, sendo mais comum em pessoas que utilizam saltos altos“.

Além do uso de saltos altos, esta patologia “pode estar associada a um estado inflamatório aumentado resultante de certas doenças como artrite reumatóide, bursite e sinovite da articulação metatarso falângica.

joanetes, saltos altos
Fátima Carvalho, podologista

Os sintomas associados a esta patologia “manifestam-se localmente e estão associados a dor, inflamação, vermelhidão, sensação de ardor e dormência”. É possível diagnosticar esta patologia “através de uma observação simples e o grau de deformação das articulações através de uma radiografia”, explica Fátima Carvalho.

Numa fase inicial, o tratamento ortopodológico “é conservador, através da aplicação de uma ortótese plantar personalizada, desenvolvida com o objetivo de aliviar a dor e restabelecer a sua função”. Contudo, quando o quadro clínico não apresenta melhorias, a opção é “o tratamento cirúrgico”. Existem várias opções, “sendo necessária uma correta avaliação dos critérios clínicos e radiológicos por um podologista ou ortopedista especializado em cirurgia do pé”.

A cirurgia minimamente invasiva é cada vez mais utilizada para tratar os joanetes, pois “as suas vantagens são vastas, uma vez que existe menor ‘agressão’ dos tecidos e menor tempo de recuperação”. Para evitar chegar-se a este ponto, a podologista Fátima Carvalho sugere cinco cuidados para o surgimento desta patologia.

“1. Optar por calçado adequado tendo em conta a morfologia do pé;
2. Evitar usar saltos altos todos os dias, sendo que o salto recomendado é de 2 cm;
3. Optar por calçado com fivela de modo que o pé não escorregue para a frente;
4. Comprar sapatos preferencialmente ao final da tarde, visto que os pés tendem a inchar durante o dia;
5. Usar palmilhas ortopédicas.”

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