O que as mulheres querem – Opinião de Humberto Simões
A redação da NOVA GENTE é, na sua grande maioria, composta por mulheres – na verdade, somos apenas dois homens. E embora eu consiga perceber, muitas vezes, o que vai nestas cabecinhas, há outras em que nem com poderes divinos lá chegava.
Sempre que me perguntam qual o super-herói de Hollywood que eu escolheria para encarnar, eu respondo: Nick Marshall. À primeira vista, poucos saberão de que personagem se trata, mas acreditem que os papéis do Super-Homem ou do Homem-Aranha nunca me fascinaram. Com toda aquela panóplia de truques e poderes, e no Mundo atual em que vivemos, eu não iria ter descanso. A angústia de querer resolver todos os problemas do Universo seria desesperante. Por isso é que eu queria ser Nick Marshall. Interpretado por Mel Gibson no filme O que as Mulheres Querem, é um elegante, sedutor e bem-sucedido publicitário, que recebeu uma dádiva de Deus: ouvir os mais íntimos pensamentos das mulheres que estão à sua volta.
A redação da NOVA GENTE é, na sua grande maioria, composta por mulheres – na verdade, somos apenas dois homens. E embora eu consiga perceber, muitas vezes, o que vai nestas cabecinhas, há outras em que nem com poderes divinos lá chegava. A amostra com que trabalho diariamente é, penso eu, ilustrativa do retrato atual da mulher portuguesa. São em maior número nos locais de trabalho, casam mais tarde, têm menos filhos, asseguram (quase sempre) a maioria das licenças de maternidade, contribuem para uma taxa de desemprego superior à dos homens e ganham menos quando estão em quadros superiores.
Se comparar com o tempo dos nossos pais, principalmente com a realidade que conheci no Alentejo, o mercado de trabalho trouxe às mulheres maior independência financeira, permitiu-lhes, de certa forma, libertarem-se da “escravidão do lar” e há quem defenda que colocou em risco o equilíbrio familiar. Não concordo. A nossa geração é que está menos tolerante e mais virada para a igualdade. Ainda bem. E têm vantagens em relação aos homens? Tenho a certeza! Como se diz no Brasil, mulher de presidente é primeira-dama, mas marido de mulher presidente é um zero à esquerda. Mas há mais (que resumo por uma questão de espaço): são mais bonitas e, caso não o sejam, a maquilhagem disfarça; escondem melhor as orelhas grandes; não precisam de fazer a barba todos os dias; conseguem realizar várias tarefas ao mesmo tempo; uma greve de sexo pode resolver muita coisa e têm um dia internacional. E é esse que comemoramos nesta edição da NOVA GENTE! Parabéns a todas as mulheres!
Humberto Simões | diretor da revista Nova Gente
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