Direito dos Fofinhos

Os “fofinhos” são todos os menores envolvidos em Acordos e Desacordos dos seus ainda mais “fofinhos” pais quando o amor acaba.

Direito dos Fofinhos

FOFINHO faz parte daquele grupo de palavras ou expressões, a par de “miga” que me fazem encaracolar os dedos dos pés. Por uma única razão: quem o diz nunca é nem “fofinho” nem “migo” de ninguém…

No entanto, e por razões meramente profissionais, vejo-me diariamente a braços com o DIREITO dos “FOFINHOS”, designação esta que passei a adoptar regularmente sempre que me refiro ao DIREITO DE FAMÍLIA E MENORES. “ROUBEI-A” de uma grande amiga, que saturada de sua vida de magistrada desabafa e sem pejos confessa que o que mais a arrelia e tira do sério é o DIREITO DOS FOFINHOS!!

E não é que tem toda a razão!

O que acontece quando o amor acaba

Os “fofinhos” são todos os menores envolvidos em Acordos e Desacordos dos seus ainda mais “fofinhos” pais quando o amor acaba.
Pois é, quando chegamos ao Tribunal todos estas encantadoras personagens transformam-se, e de fofinhos passam a monstrinhos sem escrúpulos e/ ou respeito pelo próximo quanto mais pelos seus próprios filhos.

E acrescento que nesta luta de algodões doces, todos são muito “fofinhos” sem excepção, tirando do sério aqueles que no cumprimento cabal da sua profissão tentam dar soluções, quer sejam eles, os advogados, os procuradores e os magistrados.

Mães e pais, deixem-se de fofuras, e tratem os assuntos como eles merecem, isto é, respeito, nada mais. Desavindos ou não, optem por impor e respeitar a nova rotina que ambos decidiram seguir, aos vossos filhos. Actualmente e após várias alterações legislativas, diga-se inovadoras e bastante alternativas podem os pais acordar mil e uma coisas no que respeita aos filhos.

A “chapa cinco” e mais comum nestes assuntos é, o “fofinho” ficar a viver com a mãe, e aos fins de semana de 15 em 15 dias, pernoitar com o pai. Há alguns anos, introduziu-se uma moda que creio eu, foi fruto do aparecimento da comida fast food, isto é, os jantares às “quartas feiras”!

Quem já não entrou num restaurante, vulgo hamburgaria, à quarta feira e deparou-se com uma série de homens acompanhados pelos seus “fofinhos”…

Mais recentemente, surgiram as “semanas alternadas”, ora o fofinho fica uma semana com o pai, ora fica uma semana com a mãe.
Inicialmente este esquema de partilha dos fofinhos fazia-me espécie…

No entanto conheci e acompanhei de perto um ex-casal, que por serem extremamente civilizados um com o outro dissuadiram todas as minhas dúvidas e até passei a concordar com este modelo de vivência.

No entanto e volvidos 7 anos descubro que o dito casal antes civilizadíssimo, também se transformou em fofinho e eis que as semanas alternadas entraram em crise e nunca mais tiveram lugar.

Pais e mães, olhem pelos vossos menores e não os tratem como fofinhos, mas antes como pessoas merecedoras de respeito e consequentemente de hábitos e rotinas. Fixem horas e horários, dias de visita, dia do pai, dia da mãe, do filho, Natal, Páscoa, Carnaval e dias feriados, escrutinem a vida dos vossos filhos se assim o entenderem, levem ao juiz para que este concorde e homologue tal acordo e por fim, cumpram.

Sim, porque também há quem escreva tudo e nada cumpra…estes também são fofinhos.

Deixem de lado as amarguras e azedumes de uma relação que claramente já nada tem para dar e foquem-se no bem estar das crianças, que não são de todo fofinhas, mas seres humanos desejosos de ter regras e do abraço do pai e da mãe.

Para isto, basta tão só ir ao Tribunal ou caso não haja tempo ao advogado.

Para mim o Direito de Família e Menores, continuará a ser o dos “FOFINHOS” porque inevitavelmente são uma espécie que nunca entrará em vias de extinção, infelizmente.

Mafalda Ribeiro | Advogada
Silva Ribeiro Advogados

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