China abre a primeira Faculdade dedicada à Língua Portuguesa

Recentemente, a imprensa nacional e lusófona destacou nas páginas dos seus órgãos de informação que a China, o maior país da Ásia Oriental e o mais populoso do mundo, com mais de 1,38 bilhões de habitantes, quase um quinto da população da Terra, e presentemente a segunda maior economia do mundial, abriu no seu território […]

China abre a primeira Faculdade dedicada à Língua Portuguesa

Recentemente, a imprensa nacional e lusófona destacou nas páginas dos seus órgãos de informação que a China, o maior país da Ásia Oriental e o mais populoso do mundo, com mais de 1,38 bilhões de habitantes, quase um quinto da população da Terra, e presentemente a segunda maior economia do mundial, abriu no seu território continental a primeira Faculdade dedicada à Língua Portuguesa.

Designadamente, a Faculdade de Estudos Hispânicos e Portugueses da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim. Ainda que, fosse já na Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, uma das universidades de estudos estrangeiros mais antigas e prestigiadas da China, estivesse implementado o mais antigo departamento de ensino do Português na China continental, aberto na década de 1960, este redimensionamento académico permite desde logo um aumento do orçamento para contratação de corpo docente e um incremento na organização de atividades e palestras.

Relações de cooperação mútua entre a China e os países lusófonos cada vez mais estreitas

Contexto que vai seguramente impulsionar, ainda mais, que milhares de chineses aprendam Português, atualmente a quarta língua mais falada no Mundo. Como aponta Guiming Sun na sua tese de tese de mestrado «Estudantes Universitários Chineses de Português Língua Estrangeira: Percursos de Estudo, Escolhas e Desafios no Mercado de Trabalho», nos últimos anos, «devido ao desenvolvimento do mercado dos negócios sino-lusófonos, as relações de cooperação mútua têm vindo a ficar cada vez mais estreitas entre a China e os países lusófonos, o que provoca uma grande procura de pessoas que falem simultaneamente mandarim e Português».

De facto, o crescente papel da China no desenvolvimento global, como, por exemplo, em Portugal, sétimo país europeu em termos de investimento chinês na Europa e que se constitui como porta de entrada chinesa no Velho Continente. Assim como na América Latina, como é o caso do Brasil, o maior país lusófono, e o reforço do envolvimento económico chinês em Angola, a maior economia lusófona africana, tem levado milhares de jovens chineses a aprenderem Português, língua que começa a assumir-se como indispensável para o sucesso no numeroso mercado de emprego chinês. A Língua Portuguesa representa, deste modo, um ativo estratégico no reforço dos laços económicos, mas também socioculturais, entre o mundo lusófono e a China. Laços que reavivam cada vez mais a expressão pessoana a «minha pátria é a Língua Portuguesa».

Daniel Bastos

Daniel Bastos

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