André Villas-Boas, o voto da razão em face da emoção
No próximo Sábado os associados do Futebol Clube do Porto vão decidir se querem votar em Jorge Nuno Pinto da Costa, em grande medida por emoção e gratidão, mas conscientes de que estarão a hipotecar o futuro do Clube, ou então votar em André Villas-Boas em nome de um Clube com uma gestão moderna e com os olhos colocados no futuro.
No próximo Sábado os associados do Futebol Clube do Porto vão decidir se querem votar em Jorge Nuno Pinto da Costa, em grande medida por emoção e gratidão, mas conscientes que estarão a hipotecar o futuro do Clube ou então votar em André Villas-Boas em nome de um Clube com uma gestão moderna e com os olhos colocados no futuro. É isto que vai estar em jogo nestas eleições.
Não está em causa o trabalho desenvolvido por Pinto da Costa ao longo dos últimos 42 anos, que é inquestionável, que merece toda a minha gratidão e respeito, sendo, porém também clarividente que, nos últimos 10 anos, o Clube perdeu a sua posição de hegemonia consequência de uma deficiente gestão desportiva e financeira.
Vão-me perdoar a comparação, mas hoje a situação financeira do Clube não é muito diferente daquela em que o ex-primeiro-ministro, José Sócrates deixou Portugal em 2011, quando efectuou o pedido de assistência financeira externa por forma a garantir as condições de financiamento do País para cumprir com as suas obrigações.
Na altura, o País andou mais de um ano, com operações de cosméstica, a tentar disfarçar o que se tornou inevitável em Abril de 2011.
O mesmo se tem passado no Futebol Clube do Porto nos últimos anos com venda à Altice dos direitos televisivos até 2028 e agora com a venda de 30% das receitas do Estádio do Dragão até 2049.
Mas a cosmética financeira levada a cabo por Pinto da Costa não tem ficado por aqui.
Neste momento o Futebol Clube do Porto tem cerca de 100 milhões de euros em empréstimos obrigacionistas com taxas entre os 5% e os 6% que terá que pagar nos próximos anos a que acrescem mais de 200 milhões de euros em contratos de factoring com taxas de serviço que rondarão os 10%.
Todas estas operações de engenharia financeira permitiram receitas antecipadas avultadas para fazer face às despesas correntes no presente, mas que poderão hipotecar o futuro do clube por longos anos.
E a situação não é pior porque Sérgio Conceição, que tem um amor infinito ao clube, tem conseguido produzir autênticos milagres desportivos em função da “matéria prima” que Pinto de Costa lhe tem disponibilizado nos últimos anos.
Em poucas palavras esta é a história dos últimos 10 anos da gestão de Pinto da Costa.
E o que tem o actual Presidente para oferecer ao Clube nos próximos 4 anos?
Esta é a grande questão que os associados do Futebol Clube do Porto devem colocar a si próprios antes de exercerem o seu direito de voto no Sábado porque do passado estamos conversados para o bem e para o mal.
O que Pinto da Costa tem hoje para oferecer é mais do mesmo do que temos observado nos últimos dois mandatos, mas infelizmente com menos energia e vitalidade porque o tempo é algo de inexorável.
Até acredito que Pinto da Costa tenha dado o seu melhor na última década, mas o seu melhor, neste período, foi pouco em face do que são os desafios do futuro.
Por sua vez, André Villas-Boas oferece-nos a esperança de resgatar o Clube da difícil situação económica e desportiva em que caiu nos últimos anos. Acredito que com as suas propostas, com a sua energia, com o seu rigor, com o seu profissionalismo, com transparência, com a sua equipa, mas também com amor e dedicação, recolocará o Clube nos trilhos dos sucessos desportivos.
O Futebol Clube do Porto, o meu Clube, não tem mais tempo para perder sob pena de poder cair numa situação de irreversibilidade financeira e desportiva no plano nacional e internacional.
Tenho amigos em ambas as listas, por quem tenho amizade, estima e consideração, mas esta eleição obriga-me a fazer uma opção em que terá que prevalecer a razão face à emoção. E votando com a razão, o meu voto só poderá ser em André Villas-Boas.
Desejo que estas eleições mostrem toda a vitalidade do Futebol Clube do Porto, que todos os sócios exerçam o seu direito de voto com alegria e civismo, mas que independentemente dos resultados possamos ver no Domingo, no camarote presidencial, André Villas-Boas e Jorge Nuno Pinto da Costa de braço dado porque Futebol Clube do Porto só há um.
Paulo Vieira da Silva
Gestor de Empresas / Licenciado em Ciências Sociais – área de Sociologia
(Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico)
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