Índia aceita retirar militares das Maldivas após eleição de Presidente pró-China

O Governo das Maldivas chegou a acordo com a Índia para substituir os militares indianos destacados no arquipélago por civis, uma solução “mutuamente viável”, após as Maldivas terem elegido um novo Presidente pró-China, Mohamed Muizzu

Índia aceita retirar militares das Maldivas após eleição de Presidente pró-China

“Ambos os lados concordaram que o governo da Índia substituirá o pessoal militar em uma das três plataformas de aviação até 10 de março de 2024 e concluirá a mudança de pessoal militar nas outras duas até 10 de maio”, disse, num comunicado divulgado na noite de sexta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros das Maldivas.

Ao abrigo do acordo, os quase cem soldados indianos que operam dois helicópteros e um avião Dornier no arquipélago serão substituídos por civis.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano afirmou que ambos os países “também concordaram numa série de soluções mutuamente viáveis para permitir a continuidade das operações”, permitindo a prestação de serviços humanitários e de retirada de pessoas em caso de emergência médica nas Maldivas.

O candidato pró-chinês Mohamed Muizzu venceu em setembro as eleições presidenciais nas Maldivas, com 54% dos votos, derrotando o anterior Presidente, o pró-indiano Ibrahim Mohamed Solih.

Logo após a tomada de posse, em meados de novembro, Muizzu solicitou formalmente a retirada das tropas indianas das Maldivas. Em janeiro, visitou a China, país com o qual concordou em estreitar as relações bilaterais.

A eleição presidencial de setembro foi um referendo virtual sobre qual das potências regionais — Índia ou China — teria a maior influência na nação do arquipélago do Oceano Índico.

O arquipélago das Maldivas – composto por 1.192 ilhotas de coral espalhadas por cerca de 800 quilómetros, no Oceano Índico, – é uma meca do turismo de luxo e um destino de eleição para celebridades e milionários de todo o mundo.

O arquipélago ocupa também um lugar estratégico: está localizado numa das rotas marítimas mais movimentadas do mundo, numa área geográfica muito cobiçada.

O anterior Presidente cessante, Ibrahim Mohamed Solih, tinha procurado melhorar as relações tensas com o Governo indiano, tradicional aliado do arquipélago.

Por outro lado, o partido de Mohamed Muizzu entrou na órbita de Pequim durante o mandato presidencial de Abdulla Yameen (2013-2018) e defendeu sem reservas a generosidade financeira concedida por Pequim no âmbito da ambiciosa Nova Rotas da Seda, projeto chinês de investimento em infraestruturas nos países em desenvolvimento.

Enquanto estava no governo de Yameen, Muizzu, 45 anos, ex–presidente da Câmara de Malé, liderou um projeto de uma ponte, financiada pela China, que desde 2018 liga a capital ao principal aeroporto do país.

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By Impala News / Lusa

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