Matança na Herdade da Torre Bela sem arguidos um ano depois

Um ano depois da matança na Herdade da Torre Bela, o processo permanece em investigação e não há arguidos. Estima-se que 540 animais terão sido mortos dentro da propriedade.

Matança na Herdade da Torre Bela sem arguidos um ano depois

Um ano depois da matança na Herdade da Torre Bela, o processo permanece em investigação e não há arguidos. Foi em meados de dezembro de 2020 que 540 animais selvagens de grande porte foram abatidos numa montaria na Herdade da Torre Bela, localizada em Aveiras de Cima, concelho de Azambuja, organizada pela empresa Huntings Spain and Portugal, Monteros de La Cabra. As imagens da chacina, divulgadas pelos caçadores nas redes socias, mostravam os participantes a regozijarem-se por um “novo recorde” de animais mortos (veados, javalis e gamos) tornaram-se virais e geraram uma onda de contestação. Os proprietários desta herdade repudiaram e garantiram ser alheios à realização da montaria “abusiva”.

LEIA DEPOIS
Estado indemniza segurança detido de forma abusiva por inspetor do SEF

Caça nesta herdade está suspensa desde o massacre

A atividade de caça nesta herdade está suspensa desde o massacre, por decisão do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), que vai esperar até à conclusão da investigação criminal para uma decisão final. No inquérito que enviou ao Ministério Público, o ICNF considerou que as montarias realizadas “evidenciam o abate de um excessivo número de exemplares de espécies cinegéticas” e “fortes indícios de uma gestão não sustentável da exploração do efetivo de caça existente” na propriedade. O ICNF apontou ainda “dificuldades de controlo do cumprimento das exigências a observar na emissão de títulos de caça para não residentes em território português”.

A Huntings Spain and Portugal, Monteros de La Cabra, com sede em Badajoz, foi fundada há 25 anos por um casal de universitários com a caça como paixão em comum. Dias depois da publicação das fotos, as páginas nas redes socias foram apagadas. Os conteúdos desapareceram depois de o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, ter afirmado que os eventuais crimes podem ser imputados “aos organizadores, proprietários ou aos próprios caçadores”.

Impala Instagram


RELACIONADOS