Timor-Leste/Eleições: Mostra de força da candidatura de José Ramos-Horta em comício em Díli

Milhares de pessoas concentraram-se hoje no maior recinto de Díli para ouvir José Ramos-Horta prometer a vitória na segunda volta das presidenciais em Timor-Leste, que marcarão, afirmou, “um dia novo de esperança” para toda a população do país.

Timor-Leste/Eleições: Mostra de força da candidatura de José Ramos-Horta em comício em Díli

Timor-Leste/Eleições: Mostra de força da candidatura de José Ramos-Horta em comício em Díli. “Vão todos votar dia 19 de abril. Votem no número um para, no dia 20, termos um novo dia para Timor-Leste”, disse José Ramos-Horta, num dos três palcos montados para o que foi o maior comício da segunda volta. “Esta eleição tem que servir para a mudança, para criar uma nova esperança, para corrigir as violações da constituição e inaugurar um novo tempo em defenderemos a democracia e o Estado de direito”, considerou.

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Com um pano tradicional na cabeça, colocado momentos antes pelo grande animador do comício, Xanana Gusmão, o vencedor da primeira volta com quase 47% dos votos comprometeu-se a pressionar Governo e parlamento e a mobilizar investimento externo para recuperar a economia nacional.

“Será um dia novo para combater a subnutrição e para fortalecer condições de vida de toda a população, para começar a melhorar a economia, para promover educação de qualidade, melhorar escolas e apoiar os jovens”, afirmou. E numa antevisão do que pode acontecer depois das presidenciais, voltou a referir-se a uma “nova maioria” no parlamento, com o apoio “em consciência” de deputados dos partidos que hoje estão no Governo.

“Para assim legitimar o parlamento, criar um novo Governo que prepare novas eleições em 2022 ou 2023. Sempre procurando promover uma filosofia de diálogo e respeitando o princípio de que na vitória, sê magnânimo e não humilhes os adversários”, disse.

O comício decorreu no recinto de Tasi Tolu, nos arredores ocidentais de Díli, onde há dois dias a campanha de Francisco Guterres Lú-Olo fez também um comício, com uma multidão muito mais reduzida. Apesar de o comício de hoje estar marcado e acordado com a CNE, porém, a equipa de José Ramos-Horta acabou por ter que mudar a zona do recinto a utilizar depois de alguém do Governo ter bloqueado a parte principal com ferros e outros materiais.

Oficialmente trata-se de preparativos para as celebrações do 20 de maio, quando se cumprem 20 anos da independência, ainda que dificilmente a estrutura terá grande avanço nos próximos dias devido às celebrações da Páscoa e várias tolerâncias de ponto.

Motivo pelo qual Tomás Cabral, mandatário da campanha de José Ramos-Horta, disse que iam avançar com um protesto formal junto da Comissão Nacional de Eleições (CNE). Mas José Ramos-Horta minimizou o caso: “Não acredito que sejam instruções do primeiro-ministro Taur Matan Ruak ou de Mari Alkatiri [líder da Fretilin que apoia a candidatura do rival, Francisco Guterres Lú-Olo]” disse à Lusa. “É demasiado mesquinho para acreditar que tenha vindo da cabeça de um deles. Deve ser algum idiota que colocou aqui a maquinaria e os ferros só para irritar, porque sabiam que arranjaríamos solução”.

À Lusa mostrou-se confiante numa ampla vitória, referindo a adesão de “vários partidos, incluindo o Partido Democrático (PD) e as bases de forças como o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) e até descontentes da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), que oficialmente apoia Lú-Olo.

Referiu-se a uma mobilização de milhares de voluntários, de várias forças políticas e movimentos que têm feito uma extensa campanha porta-a-porta, ajudando diz, a que a candidatura reforce votos em todo o país e possa mesmo vencer em Lospalos, um dos feudos tradicionais da Fretilin.

“O povo não acredita. O grave do Governo é que no pior da crise de 2020 e 2021, vimos a ausência total dos órgãos do Governo, com o Presidente e primeiro-ministro ausentes”, afirmou, comentando a presença de governantes na campanha do seu adversário.

“Tudo isto é demasiado tarde, porque o Governo sofreu um grande desgaste. Há gente boa no Governo, que respeito, mas esta é uma coligação que foi feita só pars travar Xanana Gusmão e o CNRT, custe o que custar. E o PR pactuou com isso ativamente”, considerou.

No recinto de Tasi Tolu juntaram-se bandeiras de várias forças políticas, misturadas com cartazes, fotos e até quadros de José Ramos-Hota e Xanana Gusmão, este último o grande animador de serviço. Xanana Gusmão dançou, animou, distribuiu fruta comprada a dezenas de vendedores ambulantes e fez intervenções em vários momentos, incluindo apartes durante as sucessivas intervenções de líderes políticos.

Entre elas quando Rogério Lobato considerou José Ramos-Horta um “verdadeiro homem de Estado” e Xanana Gusmão agarrou no microfone para o corrigir. “O verdadeiro homem de Estado é Lú-Olo. O homem do estado de emergência”, afirmou. A campanha termina oficialmente a 16 de março, mas os atos públicos terminam na quarta-feira, devido ao período de Páscoa, com a votação a decorrer na próxima terça-feira.

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