Ristovski recorda ameaças: «É a vossa última hipótese. Têm de jogar melhor»

A sessão da tarde do julgamento do ataque à Academia de Alcochete desta terça-feira, 10 de dezembro, arrancou com o depoimento de Stefan Ristovski – um dos jogadores presentes na Academia, no dia do ataque, 15 de maio.

Ristovski recorda ameaças: «É a vossa última hipótese. Têm de jogar melhor»

A sessão de julgamento do ataque à Academia de Alcochete que decorre na tarde desta terça-feira, 10 de dezembro, arrancou com o depoimento de Stefan Ristovski – um dos jogadores presentes na Academia, no dia do ataque, a 15 de maio. Ristovski dirigia-se para a sala das botas quando, através de uma porta de vidro que dá para a saída do local, viu «quatro ou cinco pessoas com a cara tapada» a tentarem entrar. «Bateram na porta, fizeram de tudo para entrar. Gritavam e diziam palavrões, faziam ameaças. ‘Vamos matar-vos’», conta.

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«Esta é a vossa última hipótese, não podem jogar assim» lembrou Ristovski

Logo que entraram no balneário, os adeptos procuraram os jogadores e disseram o nome de Acuña e Battaglia, mas também dirigiram palavras a todos os presentes. «Isto vai ser a vossa última hipótese, não podem jogar desta maneira», refere. «Começaram a bater ao Acuña, que estava ao meu lado», acrescenta, assumindo que tentou «evitar», mas não conseguiu.

Questionado sobre se conseguia identificar algum dos agressores, o jogador afirma: « Lembro-me de um senhor que tinha um dente dourado e dois indivíduos de raça negra», indicando que o homem com dente dourado foi um dos agressores de Acuña.

«Começaram a bater ao Acuña, que estava ao meu lado», acrescenta, assumindo que tentou «evitar», mas não conseguiu. Além de Acuña, viu também Battaglia ser agredido por quatro ou cinco pessoas.

«Pessoalmente não fui agredido, limitei-me a ficar naquele espaço e esperar para ver o que ia acontecer», diz o jogador. Relativamente ao facto de terem sido lançadas tochas, Ristovski admite não ter tido essa perceção. «A atmosfera dentro do balneário tinha muito fumo e por isso não consegui ver ninguém mandar a tocha», explica o jogador.

Questionado sobre se alguém tentou abandonar o local, Ristovski diz que «ninguém tentou». «Ficamos todos paralisados. Só meia hora depois de os agressores saírem é que saímos», recorda. Apesar de não ter sido um dos agredidos, não «quis deixar os colegas» e ficou até ao fim.

«Mandei a minha mulher e filho para a Macedónia», diz o jogador

Após a invasão à Academia, Ristovski admite ter ficado com medo. «Depois do incidente fiquei alojado num hotel. Mandei a minha mulher e o filho para a Macedónia (de onde é natural), joguei até à final e após o último jogo viajei para junto deles», explica. «Ainda hoje, quando o Sporting perde fico com medo que volte a acontecer», diz.

Texto: Sílvia de Abreu

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