Rendeiro planeia contra-ataque à extradição há três meses

Advogada sul-africana de ex-presidente do BPP revela que João Rendeiro não foi surpreendido com detenção e que prepara resposta jurídica desde que chegou a África do Sul.

Rendeiro planeia contra-ataque à extradição há três meses

João Rendeiro prepara defesa há três meses e estuda contra-ataque à extradição desde que chegou a Joanesburgo. O ex-presidente do BPP previa a possibilidade de ser detido e mal chegou à África do Sul, a 18 de setembro, contratou a advogada June Stacey Marks, uma especialista em crimes de colarinho branco e casos internacionais, para preparar a defesa à extradição para Portugal, onde lhe foi decretada a prisão preventiva e onde tem uma pena de cinco anos e oito meses para cumprir. Pouco depois de ter chegado a Joanesburgo, instalou-se na zona nobre de Sandton, no Norte da cidade, onde está situado o escritório da advogada.

Detenção não foi surpresa para Rendeiro

“Não o conhecia antes. Veio cá [ao escritório] há cerca de três meses para obter aconselhamento sobre a extradição e sobre como funciona o sistema judicial na África do Sul. Tivemos várias reuniões com vista a preparar o que veio a acontecer neste fim de semana [a detenção] ”, explicou a advogada June Stacey Marks ao JN, garantindo que Rendeiro “se preparou para a eventualidade de ser detido. Não foi apanhado de surpresa”, revelou.

Depois de ter passado uns dias na capital, João Rendeiro deslocou-se para Durban, uma cidade do Sudeste sul-africano, onde foi detido pela polícia local num hotel de cinco estrelas, sábado 11 de dezembro, em cumprimento de um mandado internacional. Foi levado a tribunal, esta segunda-feira, 13 de dezembro, mas a audiência de julgamento destinada a apreciar a legalidade da detenção e aplicação de medidas de coação foi adiada para hoje. “Ainda não tive acesso ao processo. Só amanhã [hoje] é que nos vai ser disponibilizado. Mas já fizemos um pedido para que seja fixada uma caução para que o meu cliente aguarde uma decisão sobre o pedido de extradição em liberdade, aqui, na África do Sul. Vamos ver qual será a decisão do juiz. Vamos ver se temos sucesso”, explicou ao JN. A advogada não revelou o valor que Rendeiro está na disponibilidade de prestar, explicando que, “para já, o que está em causa é saber se a detenção foi feita de acordo com a lei sul-africana e se a justiça está disposta a aplicar uma caução. A questão da extradição virá depois, pode demorar vários meses a ser decidida e o meu cliente apenas pode ficar detido 18 dias”, explicou ainda.

O Ministério Público sul-africano pede cadeia para o ex-banqueiro. Devido à grande capacidade financeira e ao historial de fuga do detido, “o procurador opõe-
-se, obviamente, por causa da condenação em Portugal”, referiu Natasha Ramkisson, porta-voz do MP. O ex-patrão do BPP anunciou publicamente que não iria regressar a Portugal para cumprir a pena a que fora condenado, através do seu blogue pessoal, a 28 de setembro, dez dias após ter chegado a África do Sul. Foi condenado em três processos. O primeiro já transitou em julgado e foi decretada a sua prisão preventiva no segundo.

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