Quase metade dos infetados com covid-19 mantém sintomas após três meses

Estudo revela que 40% dos doentes mantiveram alguns sintomas três meses após infeção pela covid-19. Fadiga, distúrbios do sono e estados depressivos são os mais relatados. Incidência é maior nas mulheres e nas faixas etárias acima dos 30 anos.

Quase metade dos infetados com covid-19 mantém sintomas após três meses

Quase metade dos infetados com covid-19 mantém sintomas após três meses. Ou seja, 12 semanas após diagnóstico de infeção por SARS-CoV-2 sintomática, 40% dos doentes mantinham ainda algum sintoma. Fadiga, distúrbios do sono e sintomas depressivos, moderados a graves, foram os mais apontados. A persistência das queixas verificou-se ser maior nas mulheres e nas faixas etárias acima dos 30 anos.  Os dados são revelados ao Jornal de Notícias por Margarida Tavares, infecciologista do Hospital de São João e coordenadora do estudo que está a avaliar a persistência de sintomatologia em doentes diagnosticados nas primeira e segunda vagas.

Mulheres, diz, “têm um risco aumentado de covid longa”

Dos 3046 doentes do São João diagnosticados com covid sintomática que aceitaram participar naquele estudo, 40% revelaram que, após pelo menos 12 semanas, mantinham sintomas de covid-19. A fadiga (29,4%), os distúrbios do sono (26,%7) e sintomas depressivos (21,5%) fotram os mais relatados. Seguem-se a perda de memória (20,3%), dificuldade de concentração (15,4%), cefaleias (13,3%), falta de ar (10%) e anosmia (perda de olfato, 6,9%). Margarida Tavares explica que em causa não está sintomatologia leve. Mas sintomas “descritos como moderados a graves em intensidade e frequência na semana anterior à entrevista” realizada pelos investigadores.

Os resultados deste estudo mostraram, ainda, que há uma clara diferença em género e idade. As mulheres, diz, “têm um risco aumentado de covid longa”. Numa análise estatística ajustada, apurou-se um “risco 40% inferior de condição pós-covid nos homens face às mulheres”. Do ponto de vista etário, todos os grupos acima dos 30 anos têm risco aumentado, sendo mais elevados nos 50-69 e +69. Risco esse que aumenta, também, e como a literacia científica tem vindo a mostrar, nos doentes covid que estiveram internados, com comorbilidades e/ou obesidade.

Foto: Sharon McCutcheon on Unsplash

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