Vacina contra cancro cerebral apresenta resultados históricos

Um estudo publicado pela revista científica Nature apresentou resultados históricos no desenvolvimento de uma vacina contra o cancro do cérebro. Os ensaios clínicos da primeira fase – em humanos – tiveram tremendo sucesso.

Vacina contra cancro cerebral apresenta resultados históricos

Um estudo publicado pela revista científica Nature apresentou resultados históricos no desenvolvimento de uma vacina contra o cancro do cérebro. Os ensaios clínicos da primeira fase – em humanos – tiveram sucesso.

De acordo com o artigo, os investigadores do German Cancer Research Center (DFKZ) criaram uma versão preliminar de uma vacina que poderá desencadear uma resposta imunitária dentro dos tecidos de tumor do cérebro. É ainda explicado que se trata de um imunizante seguro para todos os pacientes.

Alguns tumores geralmente incuráveis podem espalhar-se pelo cérebro, tornando-os quase impossíveis de serem tratados ou removidos. Além disso, tratamentos como quimioterapia e radioterapia apresentam uma eficácia muito limitada.

No entanto, estes podem ter uma fraqueza, uma mutação genética singular. Um erro no ADN provoca a troca de uma proteína na enzima IDH1, uma estrutura conhecida como neoepitope. O sistema imunitário é capaz de reconhecer esta proteína como estranha e perceber que também não ocorre em tecidos saudáveis, tornando-o um alvo para o tratamento.

“A nossa ideia era apoiar o sistema imunitário dos pacientes e utilizar uma vacina como forma de alertar para o neoepitope específico do tumor”, explicou Michael Platten, responsável do estudo.

Não há registo de efeitos secundários graves

Um total de 33 pacientes em vários centros diferentes na Alemanha foram incluídos no estudo. Não há qualquer registo de efeitos secundários graves em nenhum dos pacientes inoculados.

Em 93% dos pacientes, o sistema imunológico mostrou uma resposta específica ao peptídeo da vacina e fê-lo independentemente da base genética do paciente.

Em grande parte dos pacientes vacinados, os médicos observaram “pseudoprogressão“, inchaço do tumor causado por uma série de células invasoras do sistema imunológico.

“Conseguimos também demonstrar que as células imunitárias específicas da mutação ativada tinham invadido o tecido de tumor cerebral”, revelou Theresa Bunse, do DKFZ.

Elevada percentagem de sobrevivência

A taxa de sobrevivência após três anos da vacina situou-se nos 84%. Além disso, em 63% dos pacientes, o tumor não registou qualquer crescimento. Em relação aqueles cujo sistema imunológico mostrou uma resposta específica às vacinas, um total de 82% não teve progressão do tumor no mesmo período de tempo.

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