Turista é violada em Portugal e partilha testemunho para «mudar o sistema português»

Jovem inglesa foi violada em Portugal, quando aceitou boleia de um motorista de reboque de automóveis. Dois anos depois, turista quebra o anonimato.

Turista é violada em Portugal e partilha testemunho para «mudar o sistema português»

Em 2017, uma turista foi violada em Portugal, quando aceitou boleia de um homem, motorista de reboques, para o aeroporto de Faro. Depressa uma viagem entre amigos para um festival de música no Algarve tornou-se num pesadelo para a jovem.

Dois anos depois, Kate Juby, de 23 anos, natural do Reino Unido, decide partilhar a sua história ao jornal ‘Mirror’. Decide quebrar o anonimato para «mudar o sistema jurídico português».

Violada no regresso a casa

Kate tinha voo marcado para o seu país a partir de Faro. A jovem encontrava-se em Aljezur e decidiu aceitar boleia de um motorista de reboques de automóveis.

O suspeito de 33 anos seguiu por uma estrada secundária até chegar a uma zona deserta. «Ele saiu e disse ’vem bebé’. Quando viu que eu não saia do veículo, arrastou-me para fora» conta Kate à publicação.

A jovem foi violada duas vezes com «brutalidade».

«Pensei que ia morrer, enquanto ele me violava eu só pedia: ‘Por favor não me mate’. Ele continuou a chamar-me bebé, o que é repugnante e horrível. Eu apenas gritava. Quando ele me me deixou, apanhei a minha mochila e corri.»

Turista acusa o Hospital de Portimão de não a tratar bem

Kate foi socorrida por um casal alemão que passava naquela estrada. A vítima foi encaminhada para o Hospital de Portimão, onde, segundo a mesma, não a souberam tratar.

«Prenderam-me a uma cama, tiraram as minhas roupas. O médico disse para eu parar de chorar, para deixar de ser uma bebé e para crescer. Deram-me duas injeções sem nunca me dizerem o que era. Tiraram-me sangue, o ADN, sempre a segurarem-me à força e a dizerem para eu não fazer barulho e não chorar. O médico foi mesmo cruel comigo. Foi horrível», referiu.

Depois foi encaminhada para a Polícia Judiciária de Portimão. Tomou um copo de água e esteve muitas horas à espera para poder entrar em contacto com os pais que estavam no Reino Unido.

No próprio dia, a jovem teve de identificar o agressor: «Do outro lado do vidro, estava o homem que me violou. Ele estava a sorrir. Foi tão traumatizante quanto ser violada. Eu comecei a chorar histericamente. Seis horas antes, esse homem tinha-me violado».

O agressor foi presente a tribunal 18 meses depois do crime, com direito a assistência jurídica. A vítima teve de recorrer ao Pro Bono Portugal, um grupo de advogados voluntários que oferecem apoio às pessoas que não podem pagar.

O arguido foi condenado a pena suspensa e a pagar uma indemnização de 2 mil euros. Fez-se acompanhar da mulher e, no final do julgamento, saiu a sorrir de braço dado com ela.

A jovem está a ser acompanhada psicologicamente e admite que ainda não consegue estar sozinha ou perto de homens. Decidiu dar o seu testemunho ao jornal para «mudar o sistema português».

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