Uma investigação da BBC veio revelar o poder das fake news. Segundo a polícia nigeriana, informações e imagens falsas publicadas no Facebook já provocou a morte de várias pessoas.

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Crianças esfaqueadas, homens com o crânio aberto, casas ardidas e bebés mortos nos berços. Estes são alguns dos exemplos de imagens que foram vistas por mais de 10 mil utilizadores no Facebook, no dia 23 de Junho. Em causa, estava um ataque por parte dos fulas muçulmanos contra os berons cristãos, no distrito de Gashish, em Plateau.

De facto, houve um massacre em Gashish naquele fim de semana. Porém, as imagens partilhadas no Facebook não correspondiam ao que tinha acontecido. Meses antes do ataque, uma imagem a imagem de um bebé morto – acompanhada por um apelo para que Deus «levasse toda a geração de assassinos de crianças inocentes» – foi partilhada na rede social, afirma a BBC. Este tipo de fotografias permitiu aumentar a onda de violência.

Os habitantes da cidade de Jos, ao ver este tipo de publicações no Facebook ficaram com medo e este sentimento acabou por se espalhar por toda a comunidade. «Assim que vimos aquelas imagens, quisemos logo estrangular o primeiro fulani que nos aparecesse à frente. Quem não teria este sentimento, se visse o seu irmão ser morto daquela maneira?», questiona um beron, ouvido pela BBC.

As autoridades acreditam que, pelo menos um caso específico, teve origem nas imagens que começaram a circular no Facebook. Dez homens que partilhavam um táxi em Jos foram encurralados por berons e esfaqueados até à morte no passado dia 24 de junho.

«As ‘fake news’ começam a crescer antes de darmos conta do que se está a passar. É preciso investir muitos meios nesta luta, para que todos percebem que muitos dos conteúdos são falsos (…) Isto está a virar umas tribos contra as outras, a colocar religiões em lados opostos. Acabou por gerar um grande retrocesso», diz um comandante à BBC.

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Texto: Redação WIN - Conteúdos Digitais

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