Tenta apagar incêndio em que filho morre carbonizado

Tribunal de Gaia julga empreiteiro acusado de incendiar casa de um vigilante e de lhe provocar a morte. O pai da vítima tentou sem sucesso apagar o incêndio.

Tenta apagar incêndio em que filho morre carbonizado

O pai de um vigilante de obras de Arcozelo que terá sido assassinado por um empreiteiro que deitou o fogo à casa para dissimular o crime contou esta semana no Tribunal de Gaia que ainda tentou apagar o incêndio que deixou o corpo do filho carbonizado. Manuel Correia, o pai de Augusto Correia, alegadamente assassinado em casa na madrugada de 2 de junho de 2019, contou, perante o pretenso homicida, Ilídio Gomes, de 55 anos, que tentou salvar o filho.

LEIA DEPOIS
Treinador de Anadia confessa crimes de pedofilia na Internet

Durante o julgamento, contou que acorreu à casa de Augusto quando do incêndio. Sem saber se o filho estava no interior, partiu os vidros de uma janela e munido de uma mangueira tentou extinguir o fogo. Quase sempre a chorar, Manuel contou que o mundo lhe caiu em cima quando lhe disseram que o corpo do filho tinha sido encontrado carbonizado. “Até hoje, isso continua na minha cabeça”, disse.

Mãe da vítima ainda hoje “não se conforma” com a morte do filho no incêndio

Quando tentou descrever a dor da mulher, mãe de Augusto, afirmou que, mesmo passados dois anos, ela “não se conforma”. “É rara a noite em que não fale para ele. Foi o fim dela”, relatou. A concluir o testemunho, ainda contou que a vida da mulher resume-se “a ir da cama para o sofá e do sofá para a cama”. O acusado de homicídio permaneceu em silêncio depois de negar, na fase de instrução, a autoria do crime, que diz ser da responsabilidade de Aníbal Gonçalves, também empresário da construção civil.

LEIA TAMBÉM
Burla no Facebook com venda de roupa e calçado

Aníbal – que nos anos 1990 foi condenado por homicídio – estaria a ser alvo de chantagem pelo vigilante, supostamente na posse de um vídeo em que ele aparecia a assaltar uma construção, propriedade da empresária angolana Isabel dos Santos. O suposto vídeo, eventual motivo do crime, foi falado em tribunal, mas nenhuma das partes insistiu no assunto, a não ser a Fernando Moura, advogado do arguido.

Impala Instagram


RELACIONADOS