Talho faz publicidade com imagem de mulher na praia

A publicidade do talho levou o Movimento Democrático de Mulheres (MDM)​ a apresentar queixa na Comissão para a Igualdade de Género

Talho faz publicidade com imagem de mulher na praia

Um talho pertencente ao Grupo Carnes Sá da Bandeira, de Vila Nova de Gaia, anunciou a venda de carne de vitela branca para assar e coxas de frango com a imagem de uma mulher em biquíni na praia. O grupo já veio, entretanto, pedir desculpa pelo «mal-entendido».

Movimento Democrático de Mulheres apresenta queixa na Comissão para a Igualdade de Género

A publicidade do talho levou o Movimento Democrático de Mulheres (MDM)​ a apresentar queixa na Comissão para a Igualdade de Género por causa da publicidade da empresa. No texto da queixa, a que a Lusa teve acesso, o MDM diz-se farto de ver o corpo da mulher a servir, «subliminar ou explicitamente, para vender todo o tipo de produtos, num mercado que tem interesse em vender e que sabe que assim assegura melhor esse objectivo».

«É tempo de dizer que as mulheres não são mercadoria»

«Dirão alguns que ‘o mal está nos olhos de quem o vê’. Outros, talvez, que as imagens não estarão associadas ao produto, mas sim à estação do ano», escreve o MDM no texto da queixa, sublinhando: «É tempo de dizer que as mulheres não são mercadoria, não são produtos vendáveis, nem podem os seus corpos ser usados como tal.»

O MDM diz que a prática é «vexatória (…) e ajuda a manter estereótipos de género, a disseminar e a naturalizar o desrespeito pelas mulheres enquanto seres humanos, desrespeito esse que incita à submissão, ao escárnio e à própria violência contra as mulheres».

«Este tipo de publicidade viola claramente o Código da Publicidade, que no seu Artigo 7.º (Princípio da licitude) proíbe a publicidade que, pela sua forma, objecto ou fim, ofenda os valores, princípios e instituições fundamentais constitucionalmente consagrados, bem como proíbe publicidade que atente contra a dignidade da pessoa humana e contenha qualquer discriminação em relação à raça, língua, território de origem, religião ou sexo», acrescenta.

Na queixa, o MDM pede a intervenção da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género junto das entidades competentes para a fiscalização e instrução de processos de contra-ordenação para que a publicidade em causa seja retirada e se apurem todas as responsabilidades e consequências.

Talho pede desculpa pelo «mal-entendido»

No Facebook, a Carnes Sá da Bandeira publicou, esta segunda-feira, 15 de Julho, um comunicado relativo ao que considerou ser um «mal-entendido», afirmando que, «à semelhança do ano anterior, foram elaborados cartazes alusivos ao Verão cuja associação de imagens levou a interpretações que de modo algum ocorreu à empresa». Pedindo desculpa pelo sucedido, a empresa adianta ter retirado os cartazes.

«Tendo como máxima que ‘a nossa liberdade acaba quando começa a liberdade do outro’, procedemos de imediato à remoção dos mesmos. Pedimos desculpa pelo sucedido, em momento algum tivemos intenção de ofender quem quer que fosse e de futuro tomaremos isto em atenção nas próximas campanhas publicitárias», afirma.

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