ALERTA UNICEF: Mais de 30 crianças já morreram desde dezembro na Síria

«A violência, as deslocações e as condições extremamente severas no norte e leste da Síria mataram pelo menos 32 crianças desde dezembro último», de acordo com a Diretora Executiva da UNICEF, Henrietta Fore.

«Conflitos contínuos na zona de Hajin, no leste da Síria, forçaram milhares de pessoas a embarcar numa longa e árdua viagem para procurar segurança no campo de refugiados de Al-Hol – quase 300 quilómetros a norte. Desde dezembro do ano passado, estima-se que 23.000 pessoas – a maioria mulheres e crianças – chegaram ao campo de refugiados exaustas, após uma viagem de três dias realizada sob as duras condições de inverno, com poucos alimentos e com falta de abrigo pelo caminho. Mais de 5.000 pessoas chegaram nos últimos três dias», revelou a Diretora Executiva da UNICEF.

Nos últimos seis meses, os confrontos e ataques aéreos no sudeste da província forçaram estas pessoas a fugirem para se refugiarem em campos ou instalações provisórias, por vezes depois de terem passado várias noites no deserto, expostas a condições climatéricas difíceis, sem água nem alimentos, segundo o ACNUR. «A falta de segurança fez com que o acesso humanitário às crianças a caminho do acampamento fosse praticamente impossível. A viagem difícil, o clima frio e os longos períodos de espera nos centros de triagem, onde as famílias aguardam, algumas vezes, durante dias, contribuíram para a morte de pelo menos 29 crianças – incluindo 11 bebés nos últimos dois dias», referiu Henrietta Fore.

«Não há desculpas: as crianças não são e nunca devem ser alvo de violência»

De acordo com a Diretora Executiva «a UNICEF está a ajudar as crianças e mães, que fogem dos combates em Hajin, com cobertores, roupas de inverno, alimentos, água, serviços de saúde e nutrição, espaços para crianças, serviços de proteção infantil e de reagrupamento familiar. Desde a semana passada, os combates em Ma’arat al-Nu’man, em Idlib, no noroeste da Síria, mataram três crianças e feriram várias outras. Um professor que trabalhava para um parceiro apoiado pela UNICEF e o seu filho foram mortos na violência. O conflito também danificou seriamente uma escola e um centro comunitário para crianças».

Henrietta Fore reforça o apelo da UNICEF «a todas as partes, para facilitar o acesso humanitário seguro, desimpedido e sustentado para todas as crianças necessitadas. As partes do conflito mostraram desrespeito pelas leis da guerra. A UNICEF alerta, uma vez mais, os que lutam, para manter as crianças fora de perigo – mesmo em áreas de conflito ativo. Não há desculpas: as crianças não são e nunca devem ser alvo de violência».

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