Sete costumes medievais bizarros que roçam a tortura

Neste artigo vai conhecer (ou relembrar) algumas das tradições medievais mais bizarras que há registo.

Sete costumes medievais bizarros que roçam a tortura

Já muito ouvimos falar de alguns costumes bizarros e assustadores existentes na Idade Média. Se alguns até nos parecem razoáveis fruto do pouco conhecimento científico existente na altura, a verdade é que algumas destacam-se somente por serem sádicas. O All That’s Interesting elaborou uma lista com algumas destas práticas medievais.

Furar o crânio para que o cérebro ‘respirasse’

Uma das mais bizarros era o entusiasmo pela trepanação. Trata-se de uma intervenção cirúrgica que consiste em fazer uma perfuração, normalmente nos ossos cranianos. Esta era a solução para várias maleitas, desde dores de cabeçaconvulsõesepilepsia e até para aqueles que estariam possuídos por espíritos. Furar o crânio em vários locais permitia que o cérebro “respirasse” e “apanhasse ar fresco”. A perfuração era feita com um trépano, que no fundo é uma broca. Há quem diga que a trepanação foi o primeiro procedimento cirúrgico da História, tendo nascido no período Neolítico. Foi descoberta por um diplomata americano que encontrou um crânio trepanado no Peru por volta de 1860.

Divórcios decididos por combate

O divórcio nunca é uma experiência agradável, mas era bastante mais dolorosa na Idade Média. A separação era decidida com recurso a um combate de espadas ou lanças. Este costume foi documentado pela primeira vez 1467, num manuscrito do mestre de esgrima alemão Hans Talhoffer. Nele, explicava as regras da luta e, segundo as regras existentes, o homem era colocado num buraco de um metro de profundidade, com uma mão amarrada atrás das costas. A mulher podia mover-se livremente.

A mulher tinha três pedras, envoltas em tecido, que formavam uma espécie de taco. O homem tinha acesso a três tacos normais, mas não podia sair do buraco e, caso tocasse na parede, tinha de entregar um dos tacos. Se a mulher o atacasse enquanto entregava o equipamento, era ela quem perdia uma pedra. Esta foi a forma encontrada de equilibrar a contenda já que era muito provável que a mulher tivesse tido algum tipo de treino de combate. Além disso, a nível físico, geralmente os homens são mais fortes.

A tradição de resolver julgamentos por combate não é nova, estando inclusive presente em várias série que retratam os tempos medievais. A novidade prende-se com o facto de também ser usada para decidir divórcios. Os historiadores acreditam que foram raros os casos em que as lutas terminaram com a morte de um dos cônjuges. Ao invés, crêem que existia um grupo de juízes que decidia quem era o vencedor.

Hemorróidas eram queimadas com ferros a escaldar

Se furar o crânio era visto como cura para muitas doenças, as hemorróidas eram tratadas com queimaduras de ferros a escaldar. Havia um método alternativo em que os médicos usavam as unhas – frequentemente imundas – para rasparem as veias inchadas. Os pacientes medievais com hemorróidas sofriam da “maldição de São Fiacre”, um padre que se tornou o santo padroeiro para estes doentes já que, reza a lenda, também padecia deste mal. Acabou por curá-las após sentar-se numa pedra e rezar. Naturalmente, sentar e rezar não só não fazia efeito como piorava a situação. Era então que, em última instância, eram utilizados métodos mais agressivos.

Entranhas de cisne e fetos de coelhos eram iguarias

Os europeus desta época eram adeptos de pratos que hoje dificilmente não nos davam a volta ao estômago. Caudas de castor, fetos de coelhos, entranhas de cisne picadas ou gatos assados, eram algumas das receitas medievais mais populares. Muitos destes hábitos alimentares surgiram como resultado dos dogmas cristãos, que obrigavam a população a recorrer a alternativas bizarras.

As escrituras exigiam que os crentes jejuassem às quartas-feiras para honrarem o dia em que Judas traiu Cristo, às sextas-feiras para assinalarem o sofrimento de Deus e os sábados estavam reservados para um tributo à Virgem Maria. Esta disciplina religiosa impunha que os crentes não comessem quaisquer animais terrestres que morreram durante o dilúvio bíblico, à excepção dos peixes, o que obrigava a população a ser criativa.

Mordomo da sanita

Um dos empregos mais inusitados era ser o responsável por transportar a sanita portátil do rei e registar detalhadamente todas as vezes que o monarca fazia necessidades. Ironicamente, este cargo de “mordomo da sanita” era altamente cobiçado devido à proximidade ao rei e à expectativa de se tornarem confidentes da realeza e, quem sabe, receber terras e/ou fortunas. A posição surgiu por necessidade, uma vez que era comum os reis precisarem de ajuda para despirem as luxuosas roupas antes de irem à casa de banho. Está, no entanto, por apurar se o funcionário só lhe entregava um tecido ou se lhe limpava o rabo.

Testemunhas na noite de núpcias

Os recém-casados não tinham privacidade na hora de consumarem o casamento. Era norma(l) os convidados acompanharem o casal no quarto. Este hábito servia para simbolizar o envolvimento no sucesso do casamento. O costume começava com um padre a abençoar a cama enquanto o casal bebia vinho. Quando o ritual terminava, as cortinas em torno da cama eram fechadas e o casal consumava a união. No entanto, há registos que comprovam que até o acto sexual era testemunhado pelos convidados. Também a realeza estava abrangida por esta tradição uma vez que a igreja queria comprovar que o casal estava a tentar dar herdeiros à coroa.

Animais iam a julgamento

Não só o ser humano enfrentar a justiça da altura. Também os animais eram sujeitos a certas leis e podiam ser condenados pelos crimes. Um dos casos mais famosos foi o ataque de uma porca e dos seus leitões que provocou a morte de um menino de cinco anos, em 1457, em França. Os habitantes organizaram um julgamento que contou com oito testemunhas, dois procuradores, um juiz e até um advogado de defesa para os porcos. A porca foi considerada culpada e acabou por ser enforcada. Já os leitões, foram perdoados devido à sua tenra idade, tendo sido considerados inimputáveis.

Foto: Shutterstock

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