Rede de tráfico de pessoas: 17 chineses resgatados de casa em Cascais

Polícia Judiciária desmantelou uma rede de tráfico humano que escravizava chineses na área de Cascais.

Rede de tráfico de pessoas: 17 chineses resgatados de casa em Cascais

A Polícia Judiciária (PJ) desmantelou uma rede de tráfico humano que escravizava 17 chineses na área de Cascais. As vítimas queriam emigrar para fora do seu país e acabaram por ser sequestrados e a viver «sob coação e em regime de escravidão», avança a força de segurança.

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17 cidadãos chineses privados de liberdade, de documentos e impossibilitados de manter contactos com o exterior

A Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) localizou uma casa isolada na área de Cascais onde viria a encontrar e resgatar os 17 cidadãos privados de liberdade, de documentos e impossibilitados de manter contactos com o exterior. «No momento da ação policial, os dois arguidos também ali foram encontrados. Constatou-se no local que os cidadãos estavam coagidos a manter contactos via internet, num esquema de burlas montado pelo arguido detido, com cidadãos da China continental, a quem eram extorquidos elevados montantes sob ameaça de perseguição policial e judicial naquele país», explica a PJ.

No decorrer da operação foram apreendidas várias dezenas de equipamentos telefónicos e de telecomunicações, equipamentos informáticos, documentos e dinheiro. A operação levada a cabo pela PJ foi realizada em junho deste ano e os dois suspeitos, também de nacionalidade chinesa, foram detidos. Um deles permanece preso e o outro está obrigado a apresentar-se às autoridades três vezes por semana. Segundo o comunicado de imprensa da PJ, o alerta foi dado pela Polícia Nacional de Taiwan, que suspeitava que «vários cidadãos daquele território se encontrariam em Portugal vítimas de tráfico de pessoas».

Mais de uma dezena de pessoas envolvidas neste esquema

A PJ adianta ainda que, «atualmente foram já detidas várias pessoas e identificadas mais de uma dezena de outras envolvidas neste esquema criminoso naquele país». O alegado líder do grupo, um taiwanês de apelido Hsi, terá decidido em março montar uma operação de fraude eletrónica em Portugal, país onde os cidadãos de Taiwan podem entrar sem visto.

De acordo com a imprensa de Taiwan, o homem gastou dois milhões de dólares taiwaneses (57 mil euros) para recrutar 19 taiwaneses, a maioria dos quais jovens desempregados ou com problemas financeiros, que recebiam um salário de 25 mil dólares taiwaneses (714 euros), juntamente com parte dos lucros da operação.

Membros do grupo faziam-se passar por funcionários de uma empresa de telecomunicações

Segundo o CBI, alguns dos membros do grupo faziam-se passar por funcionários de uma empresa de telecomunicações da China continental, procurando convencer as vítimas de que o seu telemóvel estava a ser usado para enviar mensagens de «spam». Outros membros ligavam mais tarde fazendo-se passar por agentes da polícia e do Ministério Público chineses, avisando que a conta bancária da vítima iria ser congelada e exigindo a transferência do dinheiro para uma conta controlada pelo grupo.

De acordo com a imprensa de Taiwan, em apenas uma semana as vítimas terão perdido mais de três milhões de dólares taiwaneses (86 mil euros). Dos 19 suspeitos detidos em Cascais, apenas um aceitou ser julgado em Portugal, sendo que os restantes foram já extraditados para Taiwan. Esta foi a «primeira vez na Europa» que uma rede de tráfico foi desmantelada «em plena atuação».

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