Prisão perpétua para enfermeiro que matou 85 pacientes na Alemanha

O antigo enfermeiro Niels Högel, de 42 anos, é considerado o maior assassino em série desde a II Guerra Mundial por ter matado 85 pacientes na Alemanha.

Prisão perpétua para enfermeiro que matou 85 pacientes na Alemanha

A justiça alemã condenou esta quinta-feira, 6 de junho, o antigo enfermeiro Niels Högel, de 42 anos, pela morte de 85 pessoas em dois hospitais do país, avança a agência AFP. No entanto, o arguido afirma que matou pelo menos 100 pacientes e as autoridades acreditam que a contagem real possa estar nos 200.

Os crimes ocorreram entre 2000 e 2005 nas cidades Oldenburg e Delmenhorst, na Alemanha. O enfermeiro é acusado de injetar medicamentos em doentes, para lhes provocar paragens cardíacas, e depois os reanimar. Assim,  Niels Högel conseguia o reconhecimento entre os colegas de profissão.

Niels Högel é considerado o maior assassino em série da Alemanha do pós-guerra

Em 2015, o enfermeiro já tinha sido condenado à pena máxima, pela morte de duas pessoas em Delmenhorst. No entanto, as suspeitas de que o número de mortos fosse maior levou a um segundo julgamento. Niels Högel é considerado o maior assassino em série da Alemanha do pós-guerra. «Este número é excecional, único, na história» do país, afirmou o chefe da comissão de inquérito, Arne Schmidt, em 2017, que conta ainda que o enfermeiro escolhia os pacientes «que se encontravam em estado mais crítico» e matava-os recorrendo a overdoses medicamentosas.

O arguido admitiu ter matado 100 pacientes – com idades entre os 34 e 96 anos –, mas este número ainda não foi provado. A maioria dos familiares das vítimas são assistentes no caso e Hoegel pediu-lhes, em audiência, «desculpa por tudo o que fez ao longo dos últimos anos», avança a AFP.

Enfermeiro provocava paragens cardíacas nos doentes para os reanimar e passar por herói

Niels Hoegel confessou sentir-se «eufórico» de cada vez que conseguia reanimar um paciente e «devastado» quando falhava. O enfermeiro revelou também que o tédio, inerente à rotina da profissão, terá sido um outro motivo para justificar os crimes.

Os crimes foram descobertos, em 2005, por um colega de trabalho que surpreendeu o enfermeiro no momento em que este estava a administrar uma injeção não prescrita a um paciente, em Delmenhorst. O doente sobreviveu e o enfermeiro foi detido. Em 2008, foi condenado a sete anos e meio de prisão por tentativa de homicídio. Até esta quinta-feira, o arguido já tinha sido condenado seis vezes.

A particular gravidade do crime levou o tribunal a impossibilitar Niels Högel de ser libertado antes de cumprir 15 anos de prisão. Na Alemanha, os arguidos condenados a prisão perpétua podem pedir a liberdade condicional ao fim de 15 anos e geralmente cumprem apenas 20 anos de pena.

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