Patriarca Bartolomeu I deseja em Lisboa regresso à comunhão com Igreja Católica

O principal bispo da Igreja Ortodoxa de Constantinopla, o patriarca Bartolomeu I, manifestou hoje o desejo de, em breve, poder saudar o Papa, como “irmão mais velho”, regressando “à comunhão” entre as duas Igrejas.

Patriarca Bartolomeu I deseja em Lisboa regresso à comunhão com Igreja Católica

Bartolomeu I, que está pela primeira vez em Portugal, encontrou-se na manhã de hoje com o patriarca de Lisboa, Rui Valério, no Seminário Maior de Cristo Rei, nos Olivais, em Lisboa, tendo trocado “cumprimentos e votos de “paz” e “reconciliação”, informou esta tarde uma nota do Patriarcado de Lisboa.

Segundo o Patriarcado, Rui Valério e Bartolomeu I estiveram reunidos, durante cerca de 20 minutos, “naquela que é a primeira visita de um Patriarca Ecuménico de Constantinopla a Portugal”.

Após o encontro privado, o patriarca Ecuménico de Constantinopla dirigiu-se aos membros do Conselho Presbiteral do Patriarcado de Lisboa, recordando os últimos passos das relações entre católicos e ortodoxos, nomeadamente os encontros tidos com o Papa.

“Propus ao Papa encontrarmo-nos em Jerusalém para celebrar os 50 anos do encontro entre Paulo VI e Atenágoras. Criou-se uma Comissão Mista para a realização do programa da visita para o próximo ano”, disse Bartolomeu I, acrescentando que, com o Papa Francisco, houve já “um debate fraterno sobre a forma de como poderemos [católicos e ortodoxos] celebrar a Páscoa sempre na mesma data”.

Bartolomeu I recordou que, antes do cisma de 1054, existia a pentarquia (sistema baseado no comando de cinco patriarcas: Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém), “que tinha Roma como a primeira, depois Constantinopla”.

“Roma é sempre a primeira sede do Cristianismo. Esperamos em breve poder regressar à comunhão e poder saudar o Bispo de Roma [Papa] como nosso irmão mais velho”, expressou Bartolomeu I hoje em Lisboa.

Por sua vez, o patriarca de Lisboa disse que a capital portuguesa “é uma cidade com uma grandeza que é eco da história, sob o signo missionário. Sede de paz: a reconciliação é o caminho que devemos mostrar à sociedade de hoje. O sinal de Lisboa é uma barca: este mesmo sinal pode indicar que somos uma Igreja em caminho, em direção ao abraço de irmãos”.

Bartolomeu I, de 84 anos, está em Lisboa no âmbito do Fórum de Diálogo Global do KAICIID, que decorre até quinta-feira.

 

JLG // ZO

By Impala News / Lusa

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